DICAS COMO DESENVOLVER A LEITURA.


Dicas de como desenver o hábito da leitura nas crianças
Desenvolver o hábito e o gosto da leitura nas crianças é fundamental. Entretanto, é importante que o adulto, seja ele professor ou responsável, demonstre seu próprio encantamento pelos livros.
É comprovado que crianças que lidam desde cedo com livros, revistas e jornais, e que assistem seus pais entretidos com a leitura, têm mais interesse em alfabetizar-se e encaram o ato de ler com naturalidade,já que este faz parte de sua rotina e realidade, mas não se pode afirmar que pais não-leitores formarão necessariamente filhos que não se interessem pela leitura.
Na escola o professor deve, também, demonstrar encantamento com os livros, envolvendo a si e a seus alunos ouvintes em narrativas interessantes e atraentes de diferentes tipos textuais, adequados a realidade, faixa-etária e interesses de seus alunos.
Para os bem pequenos existem vários tipos de livros de pano e de banho que podem integrar o grupo de brinquedos e estabelecer um contato natural da criança com a leitura.

NUNCA deve-se associar o ato de ler como um castigo ou algo que represente algum tipo de punição ou obrigatoridade.
SEMPRE deve-se associar o momento da leitura a um momento de prazer. Esta é uma maneira de formar relação positiva das crianças com os livros.

Pode haver a sedução pelo mundo da leitura em qualquer idade e
a formação escolar também tem um papel importante nesse processo.
Dar um livro de presente não significa necessariamente incentivar a leitura.
Compartilhar leituras é importante para que ler seja
associado a um prazer e não a um dever.
Portanto, uma boa idéia é reservar algumas
horas por dia para a leitura em família ou na escola.
É importante fazer o máximo para que a criança aprecie esse momento.
Freqüentar livrarias e bibliotecas com a criança e
levá-las para eventos de contadores de histórias e afins,
transformando a leitura em um programa de lazer pode ajudar.
“O livro é aquele brinquedo, por incrível que pareça,
que, entre um mistério e um segredo, põe idéias na cabeça."
(Maria Dinorah)

Literatura adequada por cada faixa etária

Primeira infância (15/17 meses aos 3 anos):
Nessa fase, a criança descobre seu corpo e começa a manipular objetos. É a curiosidade da curiosa idade! Nessa etapa, o livro só pode representar um brinquedo, mas favorece o surgimento de uma relação positiva com o objeto livro. Algumas histórias bem curtas, já podem ser introduzidas por um adulto leitor, mas sempre com o apelo das cores, dos sons. Com a descoberta do filão do público infantil, as editoras investem bastante na criação de livros cada vez mais interativos.
Segunda infância (3 aos 6 anos):
Para essa faixa etária, a linguagem é a grande conquista e o veículo de interação com o mundo e com os outros. Essa é a famosa fase dos porquês, do germe da formação de um senso crítico. Pode-se utilizar livro com textos, mas o predomínio deve ser das imagens, pois a criança ainda não lê. A relação com a leitura pode ser, inclusive, instigada pelo desejo de ter autonomia para decifrar o mundo das letras sem intermédio de um adulto. Muita colaboração na formação dos conceitos de base psíquica pode ser oferecida por contos de fadas, tradicionais ou modernos. Como a brincadeira com as palavras é um atrativo, há várias poesias que trabalham a sonoridade de fonemas, as rimas, as trocas silábicas, os sentidos modificados por essas trocas. Deve-se, também, inserir pequenas estruturas narrativas, mas nada muito complexo ou demorado.
Terceira infância (a partir dos 6 anos até a adolescência):
Momento mágico da aquisição da leitura, sobretudo porque a maioria das sociedades tem base cultural grafocêntrica, isto é, fundamentada na escrita. O processo de escolarização é recomendado para se iniciar nessa faixa etária e essas conquistas extrapolam o mundo mais restrito à casa e à família da criança para ganhar a coletividade. As histórias de aventuras costumam fazer sucesso nos primeiros anos, principalmente porque levam os heróis a conquistas individuais, sem intermédio de familiares, muitas vezes só com valentia e magia. Novas realidades espaciais também têm feito muito sucesso, bem como outros mundos, como é o caso de Neverland (Peter Pan), Hogwarts (Harry Porter), País das Maravilhas (Alice), dentre muitos outros.

"É no encontro com qualquer forma de Literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a Literatura apresenta-se não só como veículo de manifestação de cultura, mas também de ideologias."

SUGESTÃO PARA ALFABETIZAR ...


Sugestões de Alfabetização
É fundamental, para a construção da escrita do nome que a criança saiba que desenhar é diferente de escrever a partir desta diferenciação que a criança começa a se dar conta de que precisa algo mais do que um desenho para poder escrever o seu nome, e então começam a aparecer em seus trabalhos as tentativas da escrita, a qual pode estar representada por “risquinhos”, “bolinhas”, “cobrinhas”...
A primeira letra do nome próprio é sempre a mais reconhecida e escrita pelas crianças antes das demais. Muitas chegam a estabelecer uma relação de identidade que, em geral, as faz chamá-la de minha letra. É sempre aquela que reconhecem mais depressa em diferentes textos, cartazes, otdoors e outros.
A visualização é um mecanismo que faz parte da construção da escrita. Por este motivo é importante que os nomes estejam fixados nas grades, nos materiais, nas lancheiras, nos crachás.
Ao identificar seu nome e observá-lo escrito em diferentes locais e materiais, a criança, consequentemente, o memoriza. A partir de então inicia-se seu relacionamento com a escrita como representação de sua identidade, auxiliando-a a ver-se como um indivíduo que possui identificação. Por isso seu nome é tão importante. É um marco identificatório.
O modelo da escrita do nome em diferentes materiais informa à criança sobre quais são as letras e qual a quantidade necessária de letras para escrevê-lo, além de informar a posição e a ordem em que aparecem no seu nome.
É importante, nesse trabalho, a busca de semelhanças e diferenças, as posições das letras, os diferentes modos de escrita.
É interessante desafiar a criança nesta questão. Por exemplo: “Pus a primeira letra do nome de Camila. Onde ponho a segunda? Aqui ou aqui”? ( indicando à direita ou à esquerda da letra C ). Este tipo de desafio auxilia a criança na direcionalidade da escrita, deixando um pouco de lado as letras espelhadas tão comuns nas séries iniciais.
O sujeito é um construtor dos seus conhecimentos e nesse processo passa por etapas importantes que vão da visualização até o reconhecimento da escrita em diferentes lugares e formas.
O objetivo maior do trabalho com a escrita do nome na Educação Infantil é fazer com que a criança se reconheça como um sujeito importante que possui um nome que é só seu, além de propiciar a aprendizagem da escrita.

1 – História do nome:
Objetivo: Conhecer a origem do seu nome.
Material: Folhas de papel ofício.
Procedimento:
Propor às crianças que façam uma entrevista com os seus pais, procurando saber qual a origem dos seus nomes.
Montar com os alunos uma ficha para auxiliá-los na entrevista, incluindo perguntas tais como: - Quem escolheu meu nome? - Por que me chamo .....? O que significa ..... ?
Combinar com a turma o dia do relato e como ele será. ( A escolha do professor)
Sugestão de Atividade: Contar a história do seu nome aprendida com a entrevista e ilustrá-la.
Interessante: Em papel pardo o professor poderá registrar o nome de todos e uma síntese da origem do mesmo e fixar no mural.

2 – Fichário:
Objetivo: Conhecer a escrita do seu nome com diferentes formas gráficas.
Material Necessário: Fichas do mesmo tamanho e formato e uma caixa de sapatos.
Procedimentos: Montar na sala de aula um fichário com cartões que apresentem diferentes formas de escrita do nome próprio: Com letra de imprensa maiúscula, letra de imprensa minúscula, letra cursiva. Deixando claro à criança que existem diferentes maneiras para escrever o seu nome, mas todas querem dizer a mesma coisa.
Combinar com a turma o momento e o modo como deverão utilizar as fichas. ( De acordo com o professor) – Pode ter em cada ficha uma foto 3x4 da criança.
Sugestão de Atividades: Identificar o nome – Escrever o nome

3 – Lista de Palavras:
Objetivo: Identificar em diferentes palavras a letra inicial do seu nome.
Materiais: Tesoura, Revistas, Jornais, Folhetos, Cola, Folhas de ofício.
Procedimentos:
Explorar com a classe a letra inicial do nome.
Listar outras palavras que também iniciem com aquela letra.
Propor que pesquisem em jornais, revistas e folhetos outras palavras que também iniciem com a letra do seu nome.
Recortar e colar as palavras em folhas de ofício.
Ler com a turma as palavras encontradas e juntos procurar o significado.
Sugestão de Avaliação: Reconhecer, em lista de palavras, aquelas com a letra que inicia o seu nome.
Observações: O professor pode propor à turma que cada dia um traga de casa uma palavra que inicie com a letra do seu nome e em aula encontrem o significado. Este tipo de atividade desperta no aluno um interesse maior pela pesquisa e aumento do vocabulário.

4 – Letras Móveis:
Objetivo: Conhecer as letras e escrever seu nome através de brincadeira.
Material: Letras móveis que podem ser de madeira, EVA, papelão e etc...
Procedimentos:
Deixar expostas na sala as letras para haver um contato maior por parte das crianças com o material.
Propor que, em diferentes momentos de aula, as crianças utilizem as letras para a tentativa da escrita de seus nomes.
Sugestão de Avaliação: Escrever seu nome numa brincadeira.
Observações:
Este material permite à criança fazer uma correspondência de letras, posição e ordenação das mesmas.
Se as letras forem de papel ou papelão, seria interessante que as crianças ajudassem na confecção do próprio material, orientadas pelo professor.

5 – Bingo:
Objetivo: Conhecer as letras que compõem a escrita de seu nome através do jogo.
Materiais: Cartelas de cartolina ou papelão; tampinhas de garrafa ou pedrinhas para marcar as letras; folhas de desenho; fichinhas com as letras dos nomes; cola; papel colorido ( para fazer bolinhas de papel ) ou palitos de fósforo usados.
Procedimento:
Cada criança receberá uma cartela com a escrita do seu nome.
O professor sorteará as letras, dizendo o nome de cada uma delas para que as crianças identifiquem-nas. Cada letra sorteada deverá ser marcada na cartela caso haja no seu nome. Assim que a cartela for preenchida o aluno deve gritar: BINGO!
Logo que terminarem o jogo, será proposto um relatório realizado individualmente, com a distribuição de fichinhas com as letras do nome ( Uma ficha para cada letra) entregues fora de ordem.
As crianças deverão ordenar as fichas, compondo os eu nome, e colocá-las em uma folha de ofício.
A professora pede que contem quantas letras há na escrita dos eu nome e propõe que colem a quantidade representativa em palitos de fósforos ou bolinhas de papel, na folha.
Sugestão de Avaliação: Reconhecer em fichinhas as letras que fazem parte da escrita do seu nome.
Observação: É interessante que se repita o jogo várias vezes no decorrer das atividades antes de se propor o relatório.

6 – Dança da Cadeira:
Objetivo: Reconhecer a escrita de seu nome dentre a escrita dos nomes de todos os colegas.
Materiais: Fichas com a escrita de todos os nomes ( uma para cada nome ) e cadeiras.
Procedimentos:
O professor propõe às crianças que façam um círculo com as cadeiras.
Depois distribui as fichas com os nomes para que as crianças fixem-as nas cadeiras.
Inicia-se a dança das cadeiras onde ao término da música cada um deverá sentar na cadeira onde consta a ficha com o seu nome.
Sugestão de Avaliação: Realizar a brincadeira diversas vezes sempre trocando as cadeiras de lugar.

7 – Corrida dos Balões:
Objetivo: Escrever seu nome.
Materiais: Balões numerados, fichas com número de acordo com os balões e com nomes e giz.
Procedimentos:
Formar as crianças em duas filas.
Distribuir uma ficha com um número para cada criança.
Dado o sinal, uma de cada vez corre até os balões e estoura aquele que tiver o seu número. Dentro estará uma ficha escrito o seu nome.
A criança deverá ler altos eu nome e reproduzi-lo no chão utilizando o giz.

8 – Jogo dos Dados:
Objetivos:
Integrar-se ao grupo, sabendo esperar sua vez de jogar.
Reconhecer as letras do seu nome.
Ordenar as letras que compõem seu nome.
Materiais:
Tabuleiros com quadrinhos necessários para a escrita do nome em branco.
Dados com as letras dos nomes dos componentes do grupo.
Fichinhas com as letras.
Procedimentos:
Distribuir os alunos em pequenos grupos.
Combinar com os grupos que apenas uma criança por vez jogará um dado, identificando qual a letra sorteada. Se esta fizer parte dos eu nome, deverá pegar a fichinha correspondente e colocá-la no tabuleiro.

9 – Sapata ou Amarelinha:
Objetivo: Reconhecer as letras que compõem seu nome.
Materiais: Pedrinhas e giz.
Procedimentos:
Cada aluno irá traçar no pátio da escola sua amarelinha.Neste momento, uma amarelinha será diferente da outra, quando os nomes não possuírem a mesma quantidade de letras.
Utilizando a pedrinha marcarão a letra que não deverão pular.
O professor pode aproveitar a ocasião para questionar o aluno: Qual a letra que vem primeiro? E depois qual será?
Sugestão de Avaliação: Escrever seu nome após pular a amarelinha.
Observação: Este tipo de brincadeira trabalha a ordem da escrita do nome, possibilitando ao aluno identificar qual a primeira letra, qual a segunda, e assim por diante até formar seu nome.
Sugestões de Avaliação: Participar atentamente do jogo e identificar as letras do seu nome.


PPD recomenda

ÍNDIOS@COM

Dia do Índio
Em 1940, realizou-se no México o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Durante o evento, os participantes escolheram 19 de abril como o Dia do Índio. Três anos depois, a data foi oficializada no Brasil. Existem mais de 220 nações indígenas no país. Elas têm seu idioma, seu jeito de ver o mundo e de fazer festas. Algumas vivem isoladas, outras em grandes cidades e muitas lutam para preservar suas terras e suas tradições. A maioria dos povos indígenas vive nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. O Xingu, região da
Amazônia, abriga o maior número de tribos indígenas do Brasil.
VAMOS CONHECER ALGUMAS LENDAS QUE FAZEM ...
A Lenda da Mandioca
Contam os índios tuxaua que, há muito tempo atrás, a filha de um poderoso chefe foi expulsa de sua tribo porque havia ficado grávida misteriosamente. Ninguém (nem ela!) sabia quem era o pai da criança.
Por isso, a índia foi morar em uma velha cabana, bem longe da aldeia. Alguns parentes levavam comida para ela todos os dias. E assim se passaram muitos meses. Um dia, a índia deu à luz uma menina muito branca e muito bonita, a quem ela chamou de Mani.
Todos ficaram sabendo da notícia, e de como era branca e linda a neta do chefe! Cheio de curiosidade, o velho índio viajou até a cabana para ver Mani. A criança era mesmo muito especial. E o avô logo esqueceu as mágoas que tinha contra a filha!
A criança cresceu amada por todos. Mas, assim que completou três anos de idade, morreu de repente. Não ficou doente, nem fraquinha, nem nada. Apenas, morreu.
A mãe ficou desesperada, mas nada pode fazer. Assim, enterrou a filha perto da cabana e, ali, chorou, chorou e chorou, durante muitas horas. Suas lágrimas corriam pelo seu rosto e iam pingar no chão da floresta, no lugar onde Mani fora enterrada.
De repente, a pobre mãe viu uma brotar, num instante, da terra molhada, uma planta! Parecia um verdadeiro milagre, toda a tribo veio ver! As raízes da plantinha eram brancas, como Mani, e em forma de chifre.
Todos quiseram provar daquela raiz miraculosa. E foi assim que a mandioca ("Mani", a criança morta, e "aca", chifre) se tornou o principal alimento dos índios da Amazônia!
Mais:Receitinhas a base de mandioca: http://www.mandioca.agr.br/ Sobre a cultura da mandioca pelos índios, veja no site do Museu do Índio: http://www.museudoindio.org.br/template_01/default.asp?ID_S=33&ID_M=125
Fonte da foto de penas na abertura da matéria: www.free-pictures-photos.com/water/index.htm

Índio-guaraná
Dizem os índios que, uma vez, há muito tempo atrás, vivia um casal que não conseguia ter filhos.
Como eles queriam muito uma criancinha, rezaram para que Tupã, o deus supremo, lhes fizesse a vontade. Tupã olhou nos corações do índio e da índia e viu que eles eram bons e honestos. Assim, resolveu atender o desejo do casal e lhes deu de presente um menino.
O indiozinho cresceu forte e bonito, trazendo muitas alegrias a seus pais e à toda a tribo. Porém, o deus da escuridão, chamado Jurupari (você já reparou que há sempre um malvado que vem estragar a alegria dos outros nas histórias de todos os povos?), começou a ter inveja do menino, exatamente porque ele trazia felicidade e muita paz à todos. A inveja cresceu e cresceu, até que Jurupari resolveu acabar com aquilo de vez: aproveitou um momento de distração da criança e, transformando-se em cobra, mordeu o menino e matou-o com seu veneno.
Todos ficaram desesperados com a notícia da morte do indiozinho. Mas, de repente, trovões estrondosos se ouviram nos céus. A mãe da criança morta percebeu que o trovão era a voz de Tupã, dizendo: "Mulher! Planta na terra os olhos de teu filho tão injustamente assassinado. Não posso fazer a criança voltar à vida, mas farei nascer dos olhos dela uma fruta maravilhosa, que muitos prazeres trará ao teu povo!"
Assim a índia fez. Plantou os olhos do filho e, pouco depois, viu brotar da terra uma planta que deu um fruto negro, com um aro ao redor, como se fossem... olhos!
Assim surgiu o guaraná, um fruto da Floresta Amazônica que é usado para dar energia a quem o bebe.
Certamente você já tomou guaraná sob a forma de refrigerante. Mas existe também à venda o pó para fazer refresco. Que tal experimentar um autêntico suco indígena esta semana?
Nota: O guaraná é um cipó lenhoso que cresce sobre as árvores e pode alcançar até 10 metros de extensão. É usado pelos índios da Amazônia há centenas de anos. O cipó dá um fruto vermelho e alaranjado, mas a parte que se usa para fazer o guaraná que você conhece é só a semente (fonte desta informação: Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

A Gruta dos Amores
Era no tempo dos Tamoios que Itanhantã ia em sua ubá pescar e caçar na Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara. Depois, ele sempre repousava na sombra acolhedora de uma gruta.
Uma indiazinha, chamada Poranga, ia diariamente apanhar caça para Itanhantã - mas ele não dava a mínima atenção a ela! Todos os dias, Poranga subia na pedra da gruta e cantava, esperando Itanhantã chegar, pescar, caçar e descansar. E todos os dias suas lágrimas caíam na pedra.
O canto e o choro de Poranga não amoleceram o coração de Itanhantã, mas suas lágrimas conseguiram abrir um buraco na pedra até que, certo dia, caíram sobre os olhos do caçador adormecido.Ele se assustou e saiu correndo para a sua ubá, quando avistou Poranga e disse: "Cunhã-Porã", que quer dizer "moça linda".
No dia seguinte, ao voltar ao seu local de descanso, Itanhantã prestou atenção na linda voz da indiazinha e apaixonou-se por ela. Os dois foram felizes pelo resto de suas vidas. E as lágrimas de Poranga se transformaram na fonte de água que existe até hoje na Gruta dos Amores.
Dizem que quem quiser encontrar um amor para a vida inteira, basta tomar, junto com a pessoa amada, uma gota da água da fonte da Gruta dos Amores. Que tal tentar?

A Canoa Encantada
Foi de dentro do corpo do escuro, quando as chamas da fogueira se apagaram, que a voz do velho índio Kamaiura se levantou dizendo assim:
"Eu vou contar. Eu vou contar agora:
No meio do mato, no meio da noite escura, um pescador adormeceu dentro de sua canoa, junto ao pé de Jatobá que crescera belo e forte perto da lagoa. No meio de seu sono, ele sonhou que cortava a casca do Jatoba para fazer uma canoa.
Ele demorou alguns dias neste trabalho. Ao terminar de fazer a canoa sua mulher, que estava grávida, deu à luz um filho. Assim, com o filho recém-nascido, ele não pôde trabalhar e não pôde arrastar a canoa para dentro da água. Ela ficou ali, no meio do mato, junto ao pé de Jatobá.
Alguns dias depois, o pescador já podia trabalhar e voltou ao lugar onde tinha deixado a sua canoa. Para sua surpresa, ela não estava lá. Entristecido, ele sentou-se junto ao pé de Jatobá e ficou pensando nos peixes, nos bichos, nas plantas e nas coisas. De repente, ouviu um barulho e logo depois viu a canoa se arrastando no meio do mato. Ele levou um susto e pensou: 'Minha Canoa virou um bicho e já pode andar sozinha.' Ele se encheu de coragem e, um pouco desconfiado, entrou na canoa e disse: '- Você me leva para a lagoa?' A canoa começou a se arrastar e entrou na água. Os peixes começaram a pular para dentro dela e ela comeu todos eles. Em seguida, outros peixes pularam para o seu interior e ela deu esta segunda pescaria para o seu dono.
O pescador deixou a canoa junto ao pé de Jatobá e levou os peixes para casa. Sua mulher, seus filhos e seus amigos ficaram maravilhados, fizeram muitas perguntas, mas ele manteve o bicho-canoa em segredo.
Dias depois, ele voltou para pescar, mas não encontrou a canoa junto ao pé de Jatobá: ela estava viajando. Ele ficou impaciente, mas resolveu aguardar.
Algum tempo depois ela chegou, ele entrou nela e foram os dois para a lagoa. Tão logo entrou na água, os peixes novamente pularam para dentro da canoa. O pescador quis pegar todos os peixes para ele, mas quando começou a juntá-los foi engolido pela canoa, que estava muito zangada: os primeiros peixes deveriam ser sempre para ela - o pescador fora muito apressado e ganancioso.
Uma folha com formato de peixe caiu sobre o rosto do pescador. Ele despertou assustado e saiu correndo por esse mundo afora procurando a canoa que estava encantada."
Esta história foi escrita pelo poeta e museólogo Mário Chagas, especialmente para o Mingau Digital, recontada do folclore indígena brasileiro.

A Lua e o Vento
Dizem os mais antigos que uma jovem índia da tribo dos Carajás estava sendo perseguida por um pretendente. Mas ela não gostava dele, não tinha amor por ele e estava ficando bem chateada com a insistência daquele índio.
Quando já não aguentava mais tanta perseguição, a moça foi procurar a ajuda de um poderoso feiticeiro carajá, que lhe disse:"Para libertar você desse índio, eu poderia transformá-la em uma estrela. Assim, você viveria lá no céu, bem longe do rapazinho chato."
Ela aceitou. O feiticeiro, jogando muita fumaça sobre ela e cantando um canto mágico, transformou a jovem índia em uma linda e brilhante estrela. Seu brilho era tão forte que se refletia na superfície dos rios e lagos da Terra.
O índio apaixonado, quando soube o que havia acontecido, foi rapidamente consultar um outro poderosíssimo feiticeiro, que disse a ele:"O que eu posso fazer é transformá-lo em vento. Desta forma, você poderá voar até perto da sua amada e ficar com ela, nos céus, para sempre".
Já cheio de saudades da indiazinha, o rapaz disse que sim. O velho bruxo carajá fez, então, a sua magia, e o índio foi transformado em um bonito vento.
O índio-de-vento começou a subir em direção aos céus mas, quando já estava bem alto, virou-se em direção à Terra e percebeu o brilho da estrelinha amada refletido nas águas, lá embaixo. Irritado, voltou-se em direção ao reflexo o mais depressa que podia. E alcançou grande velocidade.
O pai do moço, que assistia a tudo apavorado, pediu ao feiticeiro:"Faça alguma coisa, depressa, antes que meu filho se arrebente todo! Apague as estrelas! Apague as estrelas, rápido!"
O grande bruxo índio queria atender o pedido daquele pai desesperado, mas sabia perfeitamente que era impossível apagar as estrelas. Então, ele teve uma idéia:"Vou criar a Lua", disse. "Assim, a luz desse novo astro fará com que o reflexo das estrelas desapareça completamente da superfície das águas".
Assim que o índio-de-vento viu a novidade, e assim que percebeu que as estrelas não estavam mais refletidas nos rios e nos lagos, voltou a subir em direção aos céus e, lá, viveu para sempre ao lado da amada.
Que, podemos deduzir, não gostou nada do final da história!

A Vitória Régia
Havia uma índia muito jovem e muito bonita (por que será que as heroínas das histórias são sempre jovens e bonitas?!), que se chamava Naiá. Ela sabia que a Lua era um guerreiro forte, bonitão e poderosíssimo e, lógico, se apaixonou por ele. Por causa disso, recusou todas as várias propostas de casamento que índios simpáticos e corajosos fizeram a ela.
Em vez de se casar e ter filhos, Naiá ia todas as noites para a floresta e ficava admirando seu lindo guerreiro prateado, brilhando no céu. Algumas vezes ela corria mata adentro, tentando chegar até a Lua e abraçar o seu amor - mas a Lua parecia fugir sempre, cada vez para mais longe.
Uma noite, a indiazinha estava à beira de um lago e viu a Lua refletida nele.
"Caramba! Finalmente vou conseguir agarrar esse guerreiro fujão!"
E, assim dizendo, se jogou nas águas escuras. O lago era fundo, Naiá não sabia nadar e morreu afogada!
Então, o guerreiro prateado, que era fujão mas não queria matar ninguém, transformou o corpo de Naiá em uma flor grande e bonita que, todas as noites, abre suas pétalas para a luz da Lua.
Assim nascia a Vitória Régia

A Lenda da Grande Cachoeira
Às margens do rio Iguaçu vivia, há muitos e muitos anos atrás, a tribo dos Caingangues.
Para esses índios, o deus supremo era Mboi, que tinha a forma de uma serpente gigante e que vivia no fundo das águas do rio. Para que o deus ficasse sempre contente, a tribo costumava oferecer-lhe indiazinhas bonitas que, então, passavam o resto de suas vidas servindo ao deus.
Na época desta história, a índia mais linda da tribo chamava-se Naipi. Diziam que era ela tão bonita, que quando ia se olhar no rio as águas paravam para admirá-la (mas talvez isso seja invenção, já que água não tem cérebro nem vontade própria...).
Um dia, enquanto a jovem se olhava no rio, Mboi a viu e ficou emocionadíssimo com a beleza da moça. Imediatamente, ele disse:
"Esta é a mulher mais bela da aldeia. Tragam-na para mim!"
Não havia nada a fazer. Logo, Naipi foi preparada para ser dada de presente ao deus.
O problema (há sempre um problema nas lendas...) é que a jovem era apaixonada por um simpático guerreiro, chamado Tarobá. E ele também não podia viver sem Naipi.
"O que vamos fazer? - perguntou Naipi. "Não aguentaria viver longe de você, mas não ouso desobedecer ao grande deus. Ele poderia se vingar e matar toda a nossa aldeia!"
"Oh, Naipi, nosso amor tem que ser maior do que o poder de Mboi. Vamos mudar a nossa sorte e viver felizes!"
E, assim, Tarobá fugiu com Naipi em uma canoa pelas águas do rio Iguaçu. Isso, é claro, foi uma bobagem, já que a cobra gigante morava exatamente no leito desse rio. Mboi percebeu a fuga e, furioso, perseguiu os índios.
Apesar de ser grande e poderoso, a certa altura o deus viu que Tarobá e Naipi iriam conseguir escapar em direção ao rio Paraná. Assim, ele ergueu seu imenso corpo e deixou-se cair, contorcendo-se várias vezes, até criar uma fenda enorme no rio.
Foi assim que foram criadas as Cataratas do Iguaçu! A pequena canoa foi tragada pela fúria das águas e desapareceu completamente. Como castigo, Naipi foi transformada em uma das grandes rochas centrais das Cataratas; e Tarobá foi transformado em uma árvore, à beira da cachoeira. Um via o outro, mas jamais poderiam se tocar novamente.
Dizem que Mboi está lá até hoje, escondido pela espuma das águas, vigiando os dois índios apaixonados...

Você Sabia...

1.Se você gosta de comer milho quente, curau e pamonha saiba que os índios da América do Sul foram os primeiros a cultivar o milho. Feijão, abóbora, alcachofra e maracujá também foram descobertos e cultivados por eles.

2. Que os chefes usam cocar. Ele é um símbolo de poder dentro da aldeia. Cada cor do cocar tem um significado. Para os índios caiapós, o verde representa as florestas onde moram os animais e os espíritos dos mortos, o amarelo simboliza as mulheres, as casas e as plantações e o vermelho, os homens, bem no centro do cocar.

3. toda tribo tem um pajé. Ele é o líder espiritual e uma espécie de médico dos índios. O pajé é quem escolhe o nome das crianças depois de pedir inspiração para os seres da natureza e consultar Deus.

4. Alguns índios falam línguas muito diferentes do português. Muitas palavras do nosso vocabulário vieram deles. Quer vê só? Pipoca, canjica, mingau, abacaxi, pitanga, jabuticaba, jabuti, arara, perereca, tatu, Araraquara, Sorocaba, Paraíba, Manaus, Paraná, Pernambuco, Curitiba, mandacaru, peteca, araponga, caipora (caipira), capoeira, catapora...

5.Você é uma pessoa cheia de nhenhenhém? Saiba que essa palavra vem do tupi e quer dizer conversa jogada fora, ou seja, blablablá.

6.Para muitos povos indígenas, assim que o indiozinho ou a indiazinha nasce, o pai corta carinhosamente o cordão umbilical com os dentes. Depois, fica de resguardo até que o resto do cordão caia. Para eles, o nascimento de um filho depende do pai. Já a mãe, gera o bebê.

7.OS yanomânis são uma das maiores nações indígenas do mundo e se dividem em grupos com línguas diferentes. Estão no Amazonas, em Roraima e na Venezuela. Em suas aldeias, há uma grande casa redonda em que todos vivem juntos. Lá dentro, cada família tem seu lugar para acender sua fogueira e estender suas redes.

8.Os xavantes moram no Mato Grosso e têm uma tradição importante: os meninos entre 12 e 13 anos vão para uma casa chamada Hö. Ficam por cinco anos e aprendem a pescar, caçar e seguir os rituais do povo. Quando saem, estão prontos para a vida adulta.

9.As meninas carajás são separadas da família quando se tornam adolescentes. Elas ficam trancadas em um quarto da casa. Durante três meses, elas não podem conversar com ninguém enquanto aprendem a construir cestos, fazer comida e pintar corpos. Depois uma grande festa cheia de máscaras serve para apresentá-las para a aldeia. As indiazinhas já se tornaram mulheres e podem se casar.

10.Os bororos vivem no Mato Grosso. Em sua sociedade, quem faz o pedido de casamento é a mulher, que prepara comida e leva para o rapaz. Se ele comer, é sinal de que o namoro tem chance de dar certo. Em troca, ele deve levar uma caça para a família dela.