TEXTOS PARA ENCONTROS COM EDUCADORES.


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***Como explicar o amor***

Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar.
A VERDADE preferiu não esconder-se, para quê? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago descobriu a BELEZA.
A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura;
a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano);
e até o ESQUECIMENTO, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.
A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.
Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra: O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.


"É PRECISO RESSALTAR QUE DE GÊNIO E LOUCO TODO EDUCADOR TEM UM POUCO"E QUE O AMOR É ESSENCIAL DENTRO DA NOSSA PROFISSÃO.

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Eu pedi a Deus

Eu pedi a Deus que tirasse meu orgulho.

E Deus disse não!

Não Lhe cabia tirá-lo, mas a mim deixá-lo...

Eu pedi a Deus que me desse paciência.

E Deus disse não!

Ele disse que a paciência nasce das atribulações;Ela não é concedida, é merecida...

Eu pedi a Deus que me concedesse felicidade.

E Deus disse não!

Ele disse que me daria Suas bênçãos;A felicidade viria de mim mesmo...

Eu pedi a Deus que me poupasse do sofrimento.

E Deus disse não!

Ele disse que a dor afasta-me das ilusões da vida e leva-me para mais perto d’Ele...

Eu pedi a Deus que me fizesse crescer minha vida espiritual.

E Deus disse não!

Ele me disse que eu deveria crescer sozinho,mas Ele vai podar-me como um ramo, para que produza frutos...

Eu perguntei a Deus se Ele me ama.

E Deus disse sim!Ele deu-me Seu Único Filho, que morreu por mim,E quer-me um dia no céu, pela minha Fé...

Então, pedi a Deus que me ajudassea amar os outros como Ele me ama.

E Deus disse:"Finalmente compreendeste!"

TU SERÁS UMA PROFESSORA ,AMANDO E SENDO AMADA POR

TODOS OS DIAS DA TUA VIDA .

TEXTOS EDUCATIVOS PARA REUNIÃO DE PAIS E MESTRES II



OI AMIGAS ESTAMOS FINALIZANDO O 1ºSEMESTRE ,QUANTAS CONQUISTAS...PARA ENCERRAR ESSA ETAPA, PESQUISEI EM ALGUNS BLOGS AMIGOS,MENSAGENS PARA ENCONTROS DE PAIS E MESTRES OU PARA SEREM ENTREGUES NO DIA DA ASSINATURA DE BOLETINS JUNTO COM CHOCOLATE "BISS".


Semeie Sempre

No grande mundo de Deus, tu és um semeador. Tu és presença e pessoa. Junto aos homens podes fugir à responsabilidade de semear.
Não digas: O solo é áspero... O sol queima... Chove demais... A semente não presta...
Tua função não é julgar a terra, o tempo, as coisas, os homens... Tua missão é semear...
A semente é abundante e germina facilmente: Um pensamento, um gesto, um sorriso, um aperto de mão, um conselho amigo... Um copo d’água.
Não semeies, porém descuidadamente, como quem cumpre uma tarefa. Semeia com interesse, com dedicação, com amor. Semeia com quem encontra nisso o motivo maior da sua felicidade...
Sem esperar recompensa, serás recompensado. Semeia, pois: no Reino, dar é receber; gastar a vida servindo é crescer e transformar... Por isso, semeia sempre, em todo terreno, em todo tempo, a boa semente, com amor e com carinho como se estivesse dando o próprio coração.
Sai semeador... Parte. Levas as sementes e a esperança. Não esqueças de voltar depois de regar... O PAI fará crescer e tornar-se fruto a semente que ele te confiou. A ti te cabe partilhar, semeando e regando...
Senhores pais, as sementes que Deus lhes confiou são seus filhos. Ser fruto amanhã dependerá de como cuidou e regou esta semente.
Neste trabalho, não estás sozinho, pois pode contar com minha ajuda.


VOCÊ LEMBRA DAQUELA TOCANTE HISTÓRIA DO LIVRO: O PEQUENO PRÍNCIPE?
Bom, existe uma história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o criador do Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de St. Exupéry.
Poucas pessoas sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte.
Nervoso, ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados os haviam tirado. Ele olhou então para o carcereiro e disse: \"Por favor, usted tiene fosforo?\". O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de segundo, seus olhos se encontraram e St. Exupéry sorriu.
Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de St. Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. St. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.
Parece que o carcereiro também começou a olhar St. Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou: \"Você tem filhos?\". \"Sim\", St. Exupéry respondeu, e tirou da bolsa as fotos deles. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de St. Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo.
Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E, de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou St. Exupéry para fora do cárcere e, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio. St. Exupéry disse: \"Minha vida foi salva por um sorriso do coração.\"
O que foi aquela \"chama\" que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração!
PAI E MÃE...
- Chore com seus filhos e abrace-os.
Isso é mais importante do que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas.
- Não forme heróis, mas seres humanos que conheçam seus limites e sua força.
- Faça de cada lágrima uma oportunidade de crescimento.
- Estimule seu filho a ter metas.
- Lembre-se: conversar é falar sobre o mundo que nos cerca.
- Dialogar é falar sobre o mundo que somos.
- Abraçar, beijar, falar espontaneamente.
- Contar histórias.
- Semear idéias.
- Dizer não sem medo.
- Não ceder a chantagem.
- Para educar é necessário paciência.
Augusto Cury

O Amor tudo pode

Ainda que eu fale todas as línguas do mundo,Se me faltar o amor,Sou como um bronze que soa ou um sino que toca.Ainda que eu tenha o dom da profeciaE conheça todos os mistérios e toda a ciência,Ainda que eu tenha uma grande féCapaz de mover montanhas,Se não tiver amor, nada sou.Ainda que eu distribua todos os meus bensPara alimentar os pobres e entregue o meu corpo às chamas,Se me faltar o amor,De nada me serve.O amor é paciente, é prestável;O amor não é invejoso, Não é arrogante,Não é orgulhoso,Não age com baixeza,Não procura o seu próprio interesse.O amor não se deixa levar pala ira;Esquece e perdoa as ofensas.Nunca se alegra com a injustiçaE rejubila sempre com a verdade.O amor tudo desculpa, tudo crê,Tudo espera e tudo suporta.O amor jamais passará.As profecias terão o seu fim,O dom das línguas terminaráE a ciência será inútil,(porque a nossa ciência é imperfeitae as nossas profecias limitadas.)Mas, quando vier o que é perfeito,O imperfeito desaparecerá.Quando era criança, falava como criança,Sentia como criança, pensava como criança,Mas, quando me tornei homem,Deixei o que era próprio de criança.Da mesma forma, Agora vemos como por um espelho, de maneira difusa,Mas depois veremos tudo face a face.Assim, agora permanecem estas três coisas:A fé, a esperança e o amor.Mas a maior de todas é o amor.

ESPERO QUE GOSTEM E QUE SEJAM ÚTEIS PARA FINALIZAR ESSE SEMESTRE.
FRAN"MIGUELITOEDUCAÇÃO"

TEXTO REFLEXIVOS PARA OS PAIS

****QUE TIPO DE PAI VOCÊ É?****
*Exator = Faz cobranças minuciosas de tudo
*Xerox = o filho tem que ser sua cópia perfeita
*Expositor = exibe o filho como um produto numa feira
Autocrata = em casa, quem decide, sou eu
*Frustrador = corta, pela raiz, qualquer iniciativa
*Caxias = se a lei existe, é para ser cumprida
*Chantagista = se não fizer isto, é porque não me ama
*Irresponsável = resolva isto com sua mãe
*Comerciante = só te dou isto, em troca daquilo
*Desligado= ignora tudo o que diz respeito ao filho
*Inseguro = quem sabe, pode dar tudo errado
*Provedor = tranqüiliza-se dando coisas ao filho
*Permissivo = o filho pode fazer tudo o que quiser
*Proprietário = o filho é meu e faço dele e com ele o que quero.
*Promotor= sempre encontra algo para acusar o filho
*Educador= ajuda a desabrochar o adulto que está na criança
*Formador= leva a sério a formação integral do filho
*Democrata= dialoga para chegara um consenso
*Disponível =reserva um tempo precioso para o filho
*Observador = acompanha atento as etapas do desenvolvimento do filho
*Previdente =prepara o filho para aprender com os fracassos porvir
*Agradecido =reconhece no filho um presente de Deus, aos seus cuidados
*Libertador= alerta que a verdadeira liberdade é um bem que se conquista
*Responsável= paga o preço de nunca ser omisso
*Religioso= revela que a vida não se limita aos horizontes terrenos.
*Paciente= ensina que a maturidade não acontece sem tropeços
*Esperançoso= acena para a luz, que está sempre no fim do túnel
*Corajoso = enfrenta os combates pelo sentido da vida
*Prudente= orienta afazer os passos, de acordo comas pernas
*Realista =prepara o filho para viver muito além dos limites da família
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A IMPORTÂNCIA DO PAI - I
André Gonçalves Fernandes
A ausência do pai é a principal causa de retrocesso no bem estar dos filhos. Também é um fator crucial para se compreender, hoje, a crise atual da instituição da família. A diminuição da função paterna tem conseqüências sobre a estruturação psíquica dos indivíduos, nas fases de infância e de juventude, e, indiretamente, sobre a sociedade.
A debilitação da imagem masculina, os transtornos de filiação, o acréscimo das condutas ilícitas, a perda de sentido dos limites (toxicomanias, bulimia, anorexia, práticas sexuais heterodoxas e dificuldades de socialização) são alguns dos exemplos mais marcantes e propalados na mídia.
A sociedade atual valora muito mais a figura materna. Indubitavelmente, a mãe é uma fonte de segurança para os filhos, contudo a relação entre mãe e filho necessita da complementação decorrente da função paterna. O pai é aquele que diz não (tanto ao filho como à mãe), é aquele que introduz a negatividade na vida de um infante e aquele que declara a proibição, a saber, o limite do possível.
A imagem do pai é imprescindível para o desenvolvimento psicológico equilibrado dos filhos. O pai, com efeito, seria uma espécie de mediador entre o filho e a realidade. Permite ao filho tomar iniciativas e aprender a distinguir entre o certo e o errado e, a partir disso, entender as conseqüências de uma ou outra escolha.
O pai ocupa uma posição de terceiro em relação ao filho, de companheiro da mãe e não uma versão masculina desta. Graças à figura do pai, o bebê aprende a se diferenciar da mãe e, paulatinamente, ao longo de anos, alcançar sua autonomia psíquica. A criança descobre que não faz as regras, mas que elas existem independentemente dele.
Em virtude da relação com o pai, o menino e a menina adquirem também sua identidade sexual. A diferença de sexos encarnada pelo pai traz, por outro lado, um papel de revelação e confirmação da identidade sexuada. Tanto o menino quanto a menina têm, com efeito, a tendência, no início da vida, a mimetizar o sexo da mãe e o pai, na medida em que é reconhecido por esta, vai permitir ao filho situar-se sexualmente.
Porque se impôs em nossa sociedade a idéia de ausência ou pouca importância do pai? Hoje, divulga-se a imagem do pai indigno, incompetente ou pouco afeito às lides domésticas, sustentada pela lei e estereotipada pelos meios de comunicação.
Na maior parte dos programas de televisão, o pai é apresentado como um sujeito incapaz de assumir um posto na relação educativa, de ocupar seu tempo com os adolescentes, quanto mais enfrentar, com maestria, o papel de proclamar as exigências necessárias para a vida em sociedade para os filhos, incluindo a repreensão quando estritamente conveniente.
Muitas mulheres evitam que os homens cumpram seu papel de pai quando, mais ou menos conscientemente, elas tomam conta da situação para não lhes deixar o lugar que lhes corresponde. A mãe, assim, afasta o pai da relação familiar, com o risco de culpá-lo em um processo perverso, no qual confirma seu poder e seu sentimento de onipotência sobre os filhos, o homem e o pai.
Nos dias atuais, as atenções da psicologia e da lei se situam na relação mãe/filho e o pai crê que necessita assumir a condição de uma “segunda mãe” para se fazer aceitar no círculo familiar. Alguns homens, condicionados por este conformismo, chegam a identificar-se como um modelo de pai meio pusilânime, lembrando mais a imagem de um irmão mais velho, conivente com as estripulias éticas do caçula, ou de um tio que só aparece no aniversário com um presente bem caro para “compensar” a ausência sentida pelo sobrinho.
A falta do pai se explica também pela confusão entre procriação e maternidade, gerada pelo fantasma feminino da partenogênese (fecundação sem a contribuição gênica paterna), já que a sociedade acredita na idéia de que a mulher pode, sem grandes percalços, educar um filho sem um pai.
O desenvolvimento dos métodos contraceptivos e a trivialização do aborto contribuem, consideravelmente, para sustentar a ilusão de que a mulher domina sozinha a procriação. Tanto que o chavão feminista sustenta: “Meu corpo me pertence”. Afirmar tal slogan é subentender que “a procriação me pertence”, assertiva bastante discutível. Se a maternidade é algo exclusivo da mulher, a procriação é compartilhada pelo homem e pela mulher: não é competência exclusiva desta.
Os pais devem sentir-se sócios das mães num empreendimento conjunto. A liderança moral que devem exercer na família não pode ser substituída pela erosão conceitual, provocada, sobretudo, pelo feminismo exacerbado. Devem ser exemplo vivo de caráter e de consciência. O respeito filial daí decorrente neutralizará a influência negativa dos colegas na adolescência e será o ponto de apoio firme nos anos de maturidade.
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André Gonçalves Fernandes, nascido em 1974, é Juiz de Direito da 2ª Vara Cível e de Família da Comarca de Sumaré/SP e Diretor do Fórum. Graduado, no ensino fundamental e médio, pelo Colégio Visconde de Porto Seguro em 1991. Bacharel e Mestre em Direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Atua como magistrado desde 1997. Articulista do Correio Popular de Campinas, da Escola Paulista da Magistratura e do portal Vigilância Democrática. Casado, pai de 4 filhos. É membro da Comissão pela Defesa da Vida da Arquidiocese de Campinas/SP e coordenador do Grupo de Pais do Colégio Nautas. Fala inglês, francês, alemão e italiano.

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A IMPORTÂNCIA DO PAI – II
André Gonçalves Fernandes
Os países ocidentais têm contribuído, cada vez mais, a reforçar a concepção de pai excluído da procriação. Tome-se, como lembrança, as recentes legislações que pensam unicamente na mãe solitária, como, por exemplo, a lei que dispõe sobre os alimentos gravídicos ou a farta jurisprudência de direito de família a respeito da guarda dos filhos, notoriamente concedida à mãe, em razão de sua idoneidade moral ou pela inépcia do pai para a assunção desta tarefa.
O mais grave deste assunto reside no fato de que a exclusão do pai do relacionamento familiar penaliza também os filhos. Criou-se, no afã de se privilegiar os direitos da mãe, uma dupla categoria de excluídos: de um lado, os pais biológicos rechaçados; de outra, os filhos, submetidos a um pai substituto atrás de outro, quando não confiados a terceiros especializados, como se fossem filhos-objeto ou filhos-capricho?
A ausência do pai tem efeitos bastante negativos no desenvolvimento dos filhos. Segundo dados de organizações não governamentais americanas, nos Estados Unidos, uma criança tem seis vezes mais chance de crescer na pobreza e duas vezes mais risco de abandonar os estudos se foi educado, desde a infância, por uma mãe solitária, se comparado a uma criança que pertença a uma família constituída por um casal, capazes de lhes oferecer pontos seguros de referência.
A conseqüência última da falta do pai se manifesta no incremento da violência (doméstica também). Ao não chegarem, muitas vezes, a aceitar o real, em virtude da falta de sentido de limites que, costumeiramente, é função do pai na educação familiar, os filhos se rebelam e os atos de violência se multiplicam, quando não se voltam contra o próprio filho, transformando-se em instrumento de autodestruição.
É premente uma nova cruzada para se repensar a família e seus atributos. Como chegamos a este ponto? O problema da falta do pai está intimamente ligado a outro problema de maior envergadura: o desmembramento da família constituída por um pai e uma mãe com filhos.
A família se rompe, sobretudo, em razão da pressão que sofre pelos casais atuais, nos quais, os indivíduos, enquanto tais, não buscam mais que seus benefícios pessoais por intermédio do outro. O liame familiar também se esgarça porque, não raro, omite seu papel educativo.
A crise da família ganha contornos de tragédia, se analisados o decréscimo de matrimônios, o aumento das uniões de fato, a baixa fecundidade e a multiplicação dos divórcios. Contudo, a causa bem mais profunda: o problema está na concepção de família que temos nos dias de hoje.
Para se valorizar, de novo, a figura do pai, proponho a recuperação do sentido da família. Se trata de redescobrir o significado do parentesco e da diferença de gerações. Afirmo que o pai e a mãe são necessários, que nenhum deles é mais que o outro e que nenhum deles é substituível ou anulável pelo outro.
O governo britânico, recentemente, planeja dificultar o recurso à fecundação artificial para as mulheres solitárias, acrescentando na lei específica um novo requisito: o dever das clínicas em considerar, em primeiro lugar, a conveniência de que o filho por se conceber tenha um pai.
Na realidade, criar filhos sem pai não tem nada de desafiador. Nos Estados Unidos, na comunidade negra, mais da metade dos filhos vivem em lares monoparentais. O presidente eleito, durante a campanha eleitoral, clamou por uma luta contra a epidemia nacional de pais ausentes, que já havia cobrado um alto preço da comunidade negra, segundo ele, principal fato gerador da perpetuação da marginalização e da pobreza daquele segmento social.
Os filhos de tais famílias incompletas abandonam os estudos em grande proporção. Muitas moças têm gravidezes precoces e, assim, muitas jovens iniciam novos lares monoparentais. Os jovens deixam-se facilmente levar pelas gangues de rua, tornando-se indisciplinados e violentos. Para eles e elas, carentes de formação, a situação laborativa mais provável será a fila do seguro-desemprego ou a submissão ao emprego precário.
Ante uma audiência predominantemente negra e acompanhado de sua mulher e de suas duas filhas, durante o discurso da vitória, falou sobre o problema com a convicção e a autoridade de quem o conhece de primeira mão: ele é um filho de um homem que se separou da mãe, quando tinha dois anos de idade, que passou a educá-lo com o auxílio dos avós maternos.
Ele proclamou que “foram muitos os danos que sofri em não ter um pai presente, o vazio que fica em teu coração, quando em teu lar não há uma figura masculina que te guie e mostre os caminhos. Por isso, desde há muito, tomei a decisão de que precisava romper o ciclo: se eu pretendesse ser alguém na vida, que fosse, antes de mais nada, um bom e presente pai para meus filhos”.
No entardecer da vida, esse pai verá como seus filhos se transformaram em mulheres e homens seguros, responsáveis e empenhados em viver de acordo com a educação que receberam, porque viram no pai, natural e inconscientemente, durante toda a vida, a figura de uma pessoa que sempre se fez presente.
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Paternidade responsável... e maternidade idem
Sueli Caramello Uliano
Uma jovem professora de pré-escola me dizia que lhe causa muita tristeza ouvir repetidas vezes, de uma aluninha sua, este comentário: "Meu pai se separou da minha mãe, mas ele continua dando dinheiro para a comida."Por que insiste nisso a pequena? Que estranha necessidade tem de valorizar tal atitude do pai, de modo a defendê-lo, justificá-lo diante dos coleguinhas e, especialmente, diante de si mesma? A menina sofre, porém não acusa o pai. Defende-o por amor. Tenta encobrir, com os argumentos que lhe ocorrem, a ausência paterna. E insiste no assunto, para que não persistam dúvidas.Sabemos que esse exemplo não é um fato isolado. Antes, constitui hoje ocorrência muito freqüente os pais que se separam. Por isso é preciso armar-se de coragem e examinar a questão por outro ângulo: constitui hoje ocorrência muito freqüente filhos que sofrem desorientados, massacrados pelo conflito de constatarem a desunião daqueles para quem se inclinam amorosamente. Não raro, vêem-se divididos nos seus afetos, sofrendo remorsos. Cada filho é um bem em si mesmo, por mais dificuldades que sua vinda acarrete. Está situado no ponto de encontro do amor entre o pai e a mãe, vem confirmá-lo, fortalecê-lo, aprofundá-lo. Cada filho exige dos pais um aprimoramento no exercício de se doar pelo bem de outrem, apela ao seu interior, à razão e à sensibilidade; clama por identificar neles a grandeza natural a que todo homem procura se ordenar, a imagem onde espelhar-se... E quando essa expectativa se frustra, frustra-se também boa parte de suas mais nobres aspirações. Ninguém ignora que a convivência no lar pode ser abalada por fatores internos e circunstâncias externas, que ameaçam reduzir o amor a um jogo de egoísmo e orgulho. Mas uma arraigada convicção do valor da paternidade e da maternidade pode ser um antídoto eficaz para não sucumbir a certas solicitações, ainda que a opinião pública, nestes tempos de muita paixão e pouco amor, incentive a prevalência das fraquezas humanas sobre um ideal maior, de dignidade e honradez.E como adquirir essa convicção? No caso da mulher, a constituição física, bem como a sua estrutura psicofísica, comportam em si a disposição natural para a maternidade. Além disso, a disponibilidade da mulher ao dom de si e ao acolhimento da nova vida completa o cenário que a predispõe para a maternidade como fato e fenômeno humanos. Uma vez concebido o filho, recai sobre a mãe o peso de lhe entregar as energias de seu corpo e de sua alma. Já se vê que a convicção do valor da maternidade tem muito mais possibilidades de se arraigar na mulher do que o da paternidade no homem. Afinal, o homem encontra-se sempre fora do processo de gestação e nascimento da criança. Deve, portanto, aprender da mãe de seus filhos a sua própria paternidade, esforçando-se por desenvolver em seu íntimo a capacidade de dar atenção à pessoa concreta do filho. Ao mesmo tempo, deve reconhecer que tem um débito especial para com a mulher, no conjunto dos fatos que os fazem genitores. Nas últimas décadas, sob a pressão dos conflitos desencadeados pelo movimento feminista, muito se tratou do tema da maternidade. Já a paternidade não tem despertado tanta reflexão, como se fosse possível tratar os dois temas isoladamente. Não sei até que ponto essa dissociação no campo teórico pode ter contribuído para a dissociação na prática, mas o fato é que os casais chegam a acreditar que a sua separação nada tem a ver com a educação dos filhos. Como se a educação dos filhos não exigisse a dúplice contribuição dos pais, e o seu bom e amoroso relacionamento não contribuísse para a felicidade deles. E como se a separação não concorresse para a insegurança, favorecendo o desestímulo e as frustrações dessas crianças e jovens. Cabe também destacar que - por conta de uma mal entendida realização feminina, que situou a importância profissional e social da mulher apenas fora do lar - a maternidade viu-se pressionada a reduzir-se à mera reprodução, a uma função fisiológica que não envolveria a essência feminina. Ora, essa redução da maternidade equivaleu também a reduzir a paternidade. O homem virou sêmen congelado, como já o vem apontando há algum tempo Antonieta Macciocchi, uma das intelectuais feministas de maior destaque na Europa.Dar dinheiro para a comida, sair a passeio nos fins de semana, resolver problemas - na maioria das vezes financeiros - pelo telefone... Tudo sem tocar no nome da mãe. Cria-se com freqüência uma situação perversa: a mãe, a quem cabe geralmente a guarda dos filhos, é a figura que exige deles uma certa conduta no dia-a-dia, enquanto o pai se situa no lado do prazer, dos passeios inesquecíveis nos fins de semana. Que distância do convívio familiar global, quando pai e mãe providenciam o sustento da família, administrando os momentos de trabalho e lazer, resolvendo os problemas juntos, esquecendo-se de si para atender aos outros, relevando, superando os conflitos!Evidentemente, as crises matrimoniais não são desencadeadas exclusivamente pelos maridos, mas, já que comemoramos o Dia dos Pais, seria muito pedir-lhes que reflitam sobre a essência da paternidade? O que deve haver para além da disposição (aliás, louvável) de levar os filhos pequenos ao colo entre a multidão que se movimenta nos shoppings? O que há para além do dinheiro que custeia as modas? Será que os filhos não observam mais nada? E, se observam, o que têm para ver? O que se lhes oferece como exemplo de firmeza de caráter, responsabilidade, persistência, honestidade, paciência, sinceridade? Sabemos que as virtudes só falam quando são vividas. Quem sabe um pouco de reflexão, boa vontade e disposição humilde de retificar ofereçam uma chance a tantos adolescentes desiludidos em conseqüência das tristezas que vivenciam no lar. Será que não vale a pena, papai? (Será que não vale a pena, mamãe?)
Sueli Caramello Uliano , mãe de familia, pedagoga, Mestra em Letras pela Universidade de São Paulo, Presidente do Conselho da ONG Família Viva, Colunista do Portal da Família e consultora para assuntos de adolescência e educação.

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Papaiê
Tom Coelho
“Há três fases na vida de um homem.
Ele acredita em Papai Noel, ele não acredita em Papai Noel, ele é Papai Noel.”
(Robert Byrne)

Meus filhos estão crescendo. Pode parecer uma observação estúpida de tão óbvia, mas é um fato que a gente só percebe quando uma data feito o Dia dos Pais se avizinha.
Gabriel vai completar 13 anos em setembro próximo. Portanto, fará jus a ser qualificado como um autêntico “teenager”, ou simplesmente, “teen”. Imagine que poucos meses atrás descobri que ele estava namorando. Sim, descobri, porque ao acessar o Orkut vislumbrei suas novas fotos e a mudança de seu cadastro para “namorando”. Telefonei para dar-lhe os parabéns e ele jurou que iria me contar. Ótimo, embora a notícia já fosse pública para o mundo inteiro!
Matheus fez 11 anos recentemente. Como a diferença de idade entre eles é pequena, são grandes parceiros, seja para brincar e confidenciar, seja para discutir e guerrear. Por ser o caçula, é naturalmente vinculado ao irmão a quem segue na maioria das iniciativas.
O negócio deles é o mundo eletrônico. Se deixar, desintegram-se na frente do computador ou videogame. Ou derretem os tímpanos ouvindo coisas que chamam de música no iPod. Compreensível, para uma geração multitarefa e midiática que nasceu com chips implantados pelo corpo.
Mas há um detalhe que tem sobrevivido aos anos. Embora as pernas estejam crescendo, e a ingenuidade se despedindo, eles ainda me tratam por “papai”. Ah... que melodia agradável é ouvi-los me chamando assim! Parece que o tempo congela, que eles ainda usam chupetas e eu ainda não conheço o que é calvície.
Quando estão mais agitados, eles dizem “papaiê”. Como que cantarolando, perguntam “Papaiê posso isso?” ou “Papaiê vamos fazer aquilo?” Então, apresso-me a lhes responder, saboreando o momento, porque meu grande receio é pela chegada quase inevitável do dia em que dirão apenas “pai”. Nesta ocasião, saberei que mais uma fase da vida foi transposta e me restará apenas aguardar que outro filho venha para me encantar novamente com “papai”, ou que surjam netos a pronunciar “vovô”.
É por isso que invejo os nordestinos de algumas localidades que tratam pai e mãe por “painho” e “mainha” respectivamente. Eles garantem aos genitores a possibilidade ímpar de viajar recorrentemente por um túnel do tempo, bebendo nas glórias do passado, revivendo alegrias, renovando emoções.
No próximo domingo, três gerações estarão à mesa. A de meus filhos, que já estão deixando de acreditar em Papai Noel; eu, que há muito defenestrei este mito; e meu pai, cujos cabelos brancos já lhe conferem autoridade para bancar o bom velhinho. De meus filhos, espero ouvir o mesmo que direi a meu pai: “Amo você, papai!”.
Tom Coelho, com formação em Publicidade pela ESPM , Economia pela USP, especialização em Marketing pela Madia Marketing School e Qualidade de Vida no Trabalho pela USP, e mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente pelo Senac, é consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Lyrix Desenvolvimento Humano, Diretor Estadual do NJE/Ciesp e VP de Negócios da AAPSA. Contatos pelo e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br.
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Um pai até o fim:
Anencefalia x Liberdade
Paulo Tominaga
Após ter um filho anencéfalo no ano passado, é com pesar que vejo como o tema tem sido tratado desde a recente decisão de um dos ministros do STF, na qual se assegura às mães o direito de dispor da vida daqueles que venham a gerar. É interessante notar como apenas de modo passageiro se faz referência a estas pequenas pessoas, ficando a tônica da discussão sobre um tal ''direito à liberdade de escolha'' dos adultos envolvidos no caso. Como se a gravidez correspondesse apenas a uma vida - a da mãe -, podendo prescindir da existência do filho.
Este enfoque parece ilustrar como o egoísmo impera em nossa sociedade. Sempre tinha ouvido falar no amor da mãe por seus filhos como o mais excelso tipo de amor possível. E desde os antigos gregos, este costumava ser indicado, para todos, como um ideal a ser alcançado, na relação com os demais.
Hoje, o que parece preponderar como meta é outra espécie de ''amor'', verdadeiro culto religioso, por uma triste caricatura de ''liberdade'', entendida como absoluta falta de compromissos. Não mais se aceita, nem mesmo, o compromisso de se preservar a vida de um filho, se este não puder corresponder às expectativas de seus pais ou - o que é pior - da maioria da sociedade. Neste quadro, fica claro que, para alguns, só setem filhos para uma satisfação da auto-estima, como parte de um projeto pessoal ou para que possam, de certa forma, ''divertirem-se'' com as crianças, utilizando-os, como se fossem um objeto qualquer. Se não há a perspectiva de que uma criança venha a proporcionar alegrias aos pais, então é melhor descartá-la o quanto antes - no ventre da mulher, de preferência -, pois assim termina logo esta existência ''insuportável e sem sentido''!
Uma pessoa não pode ser eliminada simplesmente porque não é como nós gostaríamos que fosse. Criam-se teorias e mais teorias para tentar encobrir o óbvio: está se matando uma pessoa, em nome de se ''eliminar os terríveis sofrimentos, verdadeira tortura'', que sua existência causa a sua mãe, a seu pai. Além do mais, dizem, esta criança está condenada à morte, de qualquer forma. Assim, apenas se está antecipando aquilo que naturalmente iria ocorrer em pouco tempo.
Amigos, a criança já terá uma vida breve. Que saibamos respeitá-la. Posso assegurar, por experiência própria, que este caminho conduz a um crescimento grande no amor entre os cônjuges, e na capacidade de se doar aos demais filhos. Filhos que virão, com certeza, como veio para nós neste ano o pequeno Rafael, talvez a demonstração mais palpável de que não há qualquer ''trauma'' no caso, se os pais souberem agir com serenidade.
Se realmente desejam ajudar aos que passam por tais situações, saibam tratar do tema com um enfoque prático que não distorça a realidade mais óbvia, querendo criar teorias para esconder uma vida ou afirmar cegamente que este filho nunca existiu. O problema de saúde, a má formação da criança, é um fato que atualmente não se pode reverter. A questão não está apenas no que se deve fazer durante a gestação. O grande problema, para os pais - e para a mãe, em especial - é como lidar com o fato ocorrido, depois de este período ter acabado. Porque não é possível se esquecer de um filho: ficará para toda a vida a recordação destes dias. E então, ou a mãe irá se lembrar de que, não podendo ajudar seu filho, matou-o, porque ele não era nem poderia vir a ser como se desejava que ele fosse; ou irá se lembrar, com carinho e ternura, de que seu filho, que teve uma breve existência, foi sempre amado e respeitado.
Amem seus filhos. Garanto que vale a pena.

TEXTOS PARA O DIA DOS PAIS

Ser pai é ser ...
Ser pai é ser criança, aprendendo e vivendo sempre coisas novas e boas Pois só assim é que se cresce
Ser pai é ser filho, seguindo e trilhando os rumos traçados pelos pais Pois eles só querem o nosso bem
Ser pai é ser irmão, sendo um pai dos filhos mais novos e mais velhos Pois desta maneira se treina para paternidade
Ser pai é ser amigo, compreendendo e ajudando os amigos que precisam de um pai Pois eles retribuirão com gratidão
Ser pai é ser avô, observando e encaminhado os filhos a serem bons pais Pois eles conseguirão a maturidade
Ser pai é ser mestre, espalhando a sabedoria e seus conhecimentos Pois é assim que se constrói um mundo melhor
Ser pai é ser pai, orientando e encaminhado os filhos a seguirem o bom caminho Pois só assim se obtém a felicidade
Ser pai é ser como Cristo, educando e praticando seus ensinamentos Pois é assim que se conquista a benção de Deus
Pai Herói
Você era tão alto, tão forte,tão sábio...
Era você quem consertava as coisas quebradas, quem supria todas as necessidades, quem dava as recompensas.
Você era a fonte de todas as melhores histórias, o que cantava as canções, o que inventava os jogos.
Você tinha na cabeça todos os fatos e todos os números, conhecia todas as regras, todas as leis.
Era você que distribuía justiça,que ensinava técnicas.Você explicava o ciclo de vida do mosquito, como funcionava a máquina de costura e as órbitas dos planetas com a mesma clareza e competência.
Você cultivava repolhos que pareciam borboletas.Você nos mostrou como trabalhar com madeira, como fazer um suflê, ou costurar um botão,ou enxertar uma rosa.
Nos ensinou a olhar e a prestar atenção, a pensar, a questionar ,a explorar.
E então, como mágica, você se transformou, bem na nossa frente, num homem de estatura comum - um homem que levava o cachorro para passear antes do café da manhã e tirava uma soneca depois do almoço de domingo.
Você se transformou num homem até mais baixo que os nossos amigos.
Gentil, educado, paciente - mas, do nosso ponto de vista um pouco antiquado.
Pois nós havíamos crescido e descoberto para nós novos heróis ,ou melhor, meio-crescido.
O tempo passou, e ficamos mais sensatos.
E vimos, por fim, que você era realmente o
SUPER-HOMEM,
e que, uma vez feito seu trabalho em nosso benefício,preferiu retomar seu suave disfarce.
(autor desconhecido)

Pai de todo jeito...
Tem pai que ama,Tem pai que esquece do amor.Tem pai que adota,Tem pai que abandona,Tem pai que não sabe que é pai,Tem filho que não sabe do pai.
Tem pai ...Tem pai que dá amor.Tem pai que dá presente,Tem pai por amor,Tem pai por acaso,Tem pai que se preocupa com os problemas do filho,Tem pai que não sabe dos problemas do filho...
Tem pai ...Tem pai que ensina,Tem pai que não tem tempo,Tem pai que sofre com o sofrimento do filho,Tem pai que deixa o filho esquecido.
Tem pai de todo jeitoTem pai que encaminha o filho,Tem pai que o deixa no caminho,Tem pai que assume,Tem pai que rejeita,Tem pai que acaricia,Tem pai que não sabe onde está o filho que precisa de carinho.Tem pai que afaga,Tem pai que só pensa em negócios.
Tem...Tem pai de todo jeito.E você???Que tipo de pai você é?Eu quero um pai, apenas um pai que esteja consciente do amorque tem para dividir...Eu quero um pai, apenas um pai que seja AMIGO!
A todos os Pais, um carinhoso abraço! Deus Pai os abençoe!
(autor desconhecido)


Pai de Verdade
Pai de verdade mesmo sabe que ser pai não é simplesmenterecolher o fruto de um momento de prazer, mas sim percebero quanto pode ainda estar verde e ajudá-lo a amadurecer.
Pai de verdade mesmo não só ergue o filho do chão quando ele cai,mas também o faz perceber que a cada queda é possível levantar.
Ele não é simplesmente quem atende a caprichos: ele sabe perceberquando existe verdadeira necessidade nos pedidos.
Pai de verdade mesmo não é aquele que providencia as melhoresescolas, mas o que ensina o quanto é necessário o conhecimento.
Ele não orienta com base nas próprias experiências, mas demonstraque em cada experiência existe uma lição a ser aprendida.
Pai de verdade mesmo não coloca modelos de conduta, mas apontaaqueles cujas condutas não devem ser seguidas.
Ele não sonha com determinada profissão para o filho, mas desejagrande e verdadeiro sucesso com sua real vocação.
Ele não quer que o filho tenha tudo que ele não teve, mas que tenhatudo aquilo que merecer e realmente desejar.
Pai de verdade mesmo não está ali só para colocar a mão no bolsopara pagar as despesas: ele coloca a mão na consciência e percebeaté que ponto está alimentando um espírito de dependência.
Ele não é um condutor de destinos, mas sim o farol que aponta paraum caminho de honestidade e de Bem.
Pai de verdade mesmo não diz " Faça isto " ou " faça aquilo " , mas sim" tente fazer o melhor de acordo com o que você já sabe " .
Ele não acusa de erros e nem sempre aplaude os acertos, mas perguntase houve percepção dos caminhos que levaram o filho a esses fins.
Pai de verdade mesmo é o Amigo sempre presente,atento e amoroso - com a alma de joelhos -pedindo a Deus que o oriente na hora de dar conselhos ...

Muito Obrigado, Pai
Por ter me entendido enquanto eu cresciae por ter aceitado minhas tão rápidas mudanças.Deve ter sido difícil manter-se em calma comigo,mas você sempre tentou e quase sempre conseguiu.
Por ter me ouvido e ter me dado claras e breves respostasàs dúvidas e perguntas que eu levava a você.Por ter reforçado minha confiança para continuarrevelando meus pensamentos e sentimentos.
Por ter me aplaudido quando fui verdadeiro,por ter me compreendido quando eu disse mentiras,por ter me provado que elas maculam nosso caráter.
Por ter me falado sobre os seus erros e sobreas coisas que você aprendeu com eles.Isso fez com que eu aceitasse meus próprioserros, que também aprendesse e que me perdoasse.
Por prestar-me atenção e gastar tão grande parte do seu tempo comigo.Isso levou-me a acreditar que sou importantee que tenho muito valor.
Por agir sempre do modo que desejou que eu agisse.Foi assim que você me deu um modelo positivo para seguir.
Por confiar em mim e me respeitar mesmoquando eu era menor do que você.Por ter considerado meus sentimentos e necessidades,e ter me mostrado muitas vezesque elas eram semelhantes às suas.
Pelos elogios e pelos incentivos.Foi sempre por isso que eu me senti bome quis continuar sendo digno da sua fé em mim.
Por ajudar-me a explorar meus talentos e potenciais.Por ter me ensinado que para ser felizeu tinha que ser eu mesmo e não como vocêou igual a outros que você admirava.
Por ser você mesmo e por não desistir da felicidade.Com isso eu aprendi a buscar uma vida feliz,bem sucedida e satisfatória.
Obrigado, PaiPor sempre ter me ouvido.
Ouça-me mais uma vez agora :EU AMO VOCÊ!

SOU EU, PAPAI !
Está tão presente o tempo em que eu, pequenina, procurava tuas mãos,pedia colo e que me repetisses as estórias que sabias.O contato de tuas mãos fortes com minhas mãos fofinhas deixava passar toda a segurança de que eu precisava e buscava.
Teu colo paterno era a certeza de tempo com gosto de gratuidade,aconchego e segredos. Cada palavra tua, nas repetidas estórias,alimentava minha imaginação, fazia-me sonhar, voar no tempo e no espaço,mexiam com minhas emoções.E, quantas vezes, papai, me colocavas como personagem de tuas narrações,para dar-me pequenas lições.
Hoje, depois de tantos anos, conservo-o bem presente nos meus dias ebendigo a Deus pela infância que tive, pelo pai que Ele me deu. Pormuitos motivos, costumo dizer: Para mim é fácil chamar a Deus de Pai.Sinto ainda tua presença em tantas bênçãos que vêm para minha vida. Écomo se, o tantas vezes repetido: "Deus te abençoe, filha"! tenha setransformado em: "Com Deus, abençôo-te, minha filha!
Tenho certeza, papai, de que agora estás com Deus, naquele colo que,através de ti, a Ele eu pude sentir.Era como se o tempo parasse - gosto de eternidade.Era sentir-me única - sensação de cumplicidade.
Desde que o devolvemos para Deus, quando converso com Ele procuro também por ti, papai, na felicidade eterna.Tenho certeza de que dás a cada um de nós a noção de que estamos aqui de passagem e nem é bom que todos os problemas sejam resolvidos e os sonhos e esperanças concretizados.Tua volta para o Deus da Vida dá-nos a oportunidade de olharmos para o Céu, em nossa saudade alimentada pela esperança de um reencontro feliz.
Nas minhas lembranças, sinto como se tivesses escrito para mim um livro de vivências para mim. Nosso tempo era preenchido com brincadeiras,canções, orações e poesia... Lembras de como te imitava lendo jornal? Ainda sem saber ler, pegava aquelas folhas grandes demais para minhas mãos e passava bons momentos olhando as figuras e balbuciando a minha imaginativa versão dos fatos.
Quantas vezes o observava escrevendo e relendo seus discursos, complanos para algum cargo público. Foi o tempo em que aprendi também acorrer os olhos pelos mapas, acompanhando-o com os olhos e com o coração em suas viagens de campanhas. Na verdade, papai, valeu a tentativa, mas achei muito bom o fato de não ter sido eleito para cuidar de tanta gente; continuastes assim todo nosso.
Era tão serena minha certeza do teu amor que, só depois de tua partidapara o Céu, percebi claramente que eras o eleito de minha vida. Umsorriso aflora quando alguém sugere que sou um pouco parecida contigo.
Aquelas minhas mãos pequenas, que tantas vezes segurastes, contemplastes e aquecestes, estão crescidas e trabalhando muito.Meu rosto ainda se ilumina e acolhe algumas lágrimas, quando penso emti, nas minhas andanças reais e virtuais, na dança da vida.
Crescida e agradecida a Deus, peço:Abraça-me e dá-me tua bênção, papai!
Pai, paizão !
Este homem que eu admiro tanto,com todas as suas virtudes e também com seus limites.Este homem com olhar de menino, sempre pronto e atento,mostrando-me o caminho da vida, que está pela frente.
Este mestre contador de históriastraz em seu coração tantas memórias,espalha no meu caminhar muitas esperanças,certezas e confiança.
Este homem alegre e brincalhão,mas também, às vezes, silencioso e pensativo,homem de fé e grande luta,sensível e generoso.
O abraço aconchegante a me acolher, este homem,meu pai, com quem aprendo a viver.Pai, paizinho, paizão...meu velho, meu grande amigão, conselheiro e leal amigo:infinito é teu coração.
Obrigado, pai, por orientar o meu caminho,feito de lutas e incertezasmas também de muitas esperanças e sonhos!
Que seu dia seja muito feliz!

Meu Filho
Eu lhe dei a vida, mas não posso vivê-la por você.Posso ensinar-lhe muitas coisas, mas não posso fazer com que aprenda.Posso ensinar-lhe o caminho, mas não posso estar lá para indicar-lhe.Posso dar-lhe liberdade, mas não posso ser responsável por ela.Posso levá-lo à Igreja, mas não posso fazer com creia em Deus.Posso ensinar-lhe a distinguir entre certo e errado, mas não posso decidir por você.Posso comprar-lhe roupas lindas, mas não posso fazer com que fique bem nelas.Posso oferecer-lhe um conselho, mas não posso aceitá-lo por você.Posso dar-lhe amor, mas não posso forçá-los a amar.Posso ensinar-lhe como ser bom, mas não posso forçá-lo a ser bom.Posso avisá-lo sobre seus amigos, mas não posso escolhê-los por você.Posso contar-lhe sobre fatos da vida, mas não posso construir a sua própria reputação.Posso avisar-lhe sobre o mal que a bebida acarreta, mas não posso dizer não por você.Posso avisá-lo sobre as drogas, mas não posso impedi-lo de usá-las.Posso falar-lhe sobre metas a serem alcançadas, mas não posso alcançá-las por você.Agora é sua vez de agir.
Fonte: Pais e mães do “Amor Exigente” http://www.loreto.org.br/ago_pais.asp

Ser Pai
Ser pai é ser companheiro,construindo no ninho familiar a grandeza dos filhos,para alicerçar valores que edificam a sociedade.
Ser pai é ser jardineiro, plantando raízes de virtudes com mãos delicadas, para que o lar seja sementeira de luz e de verdade.
Ser pai é ser herói, protegendo o espaço sagrado de seu templo-família, cultivando no coração dos filhos o germe da harmonia.
Ser pai é ser fonte de vida, inaugurando nossa história com gestos de amor, renovando perenemente a herança da criação.
Ser pai é ser poeta, declamando com carinho os versos de sua vivência, para cultivar e enobrecer os projetos de nossa existência.
AMIGA ESPERO QUE GOSTEM DESSES TEXTOS .
FRAN "MIGUELITOEDUCAÇÃO"

A ORIGEM DO DIA DOS PAIS

A origem do Dia dos Pais
Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem uma origem bem semelhante ao Dia das Mães, e em ambas as datas a idéia inicial foi praticamente a mesma: criar datas para fortalecer os laços familiares e o respeito por aqueles que nos deram a vida.
Conta a história que em 1909, em Washington, Estados Unidos, Sonora Louise Smart Dodd, filha do veterano da guerra civil, John Bruce Dodd, ao ouvir um sermão dedicado às mães, teve a idéia de celebrar o Dia dos Pais. Ela queria homenagear seu próprio pai, que viu sua esposa falecer em 1898 ao dar a luz ao sexto filho, e que teve de criar o recém-nascido e seus outros cinco filhos sozinho. Algumas fontes de pesquisa dizem que o nome do pai de Sonora era William Jackson Smart, ao invés de John Bruce Dodd.
Já adulta, Sonora sentia-se orgulhosa de seu pai ao vê-lo superar todas as dificuldades sem a ajuda de ninguém. Então, em 1910, Sonora enviou uma petição à Associação Ministerial de Spokane, cidade localizada em Washigton, Estados Unidos. E também pediu auxílio para uma Entidade de Jovens Cristãos da cidade. O primeiro Dia dos Pais norte-americano foi comemorado em 19 de junho daquele ano, aniversário do pai de Sonora. A rosa foi escolhida como símbolo do evento, sendo que as vermelhas eram dedicadas aos pais vivos e as brancas, aos falecidos.
A partir daí a comemoração difundiu-se da cidade de Spokane para todo o estado de Washington. Por fim, em 1924 o presidente Calvin Coolidge, apoiou a idéia de um Dia dos Pais nacional e, finalmente, em 1966, o presidente Lyndon Johnson assinou uma proclamação presidencial declarando o terceiro domingo de junho como o Dia dos Pais (alguns dizem que foi oficializada pelo presidente Richard Nixon em 1972).
No Brasil, a idéia de comemorar esta data partiu do publicitário Sylvio Bhering e foi festejada pela primeira vez no dia 14 de Agosto de 1953, dia de São Joaquim, patriarca da família.
Sua data foi alterada para o 2º domingo de agosto por motivos comerciais, ficando diferente da americana e européia.
Em outros países
Pelo menos onze países também comemoram o Dia dos Pais à sua maneira e tradição.
Na Itália, Espanha e Portugal, por exemplo, a festividade acontece no mesmo dia de São José, 19 de março. Apesar da ligação católica, essa data ganhou destaque por ser comercialmente interessante.
Reino Unido - No Reino Unido, o Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho, sem muita festividade. Os ingleses não costumam se reunir em família, como no Brasil. É comum os filhos agradarem os pais com cartões, e não com presentes.
Argentina - A data na Argentina é festejada no terceiro domingo de junho com reuniões em família e presentes.
Grécia - Na Grécia, essa comemoração é recente e surgiu do embalo do Dia das Mães. Lá se comemora o Dia dos Pais em 21 de junho.
Portugal - A data é comemorada no dia 19 de março, mesmo dia que São José. Surgiu porque é comercialmente interessante. Os portugueses não dão muita importância para essa comemoração.
Canadá - O Dia dos Pais canadense é comemorado no dia 17 de junho. Não há muitas reuniões familiares, porque ainda é considerada uma data mais comercial.
Alemanha - Na Alemanha não existe um dia oficial dos Pais. Os papais alemães comemoram seu dia no dia da Ascensão de Jesus (data variável conforme a Páscoa) . Eles costumam sair às ruas para andar de bicicleta e fazer piquenique.
Paraguai - A data é comemorada no segundo domingo de junho. Lá as festas são como no Brasil, reuniões em família e presentes.
Peru - O Dia dos Pais é comemorado no terceiro domingo de junho. Não é uma data muito especial para eles.
Austrália - A data é comemorada no segundo domingo de setembro, com muita publicidade.
África do Sul - A comemoração acontece no mesmo dia do Brasil, mas não é nada tradicional.
Rússia - Na Rússia não existe propriamente o Dia dos Pais. Lá os homens comemoram seu dia em 23 de fevereiro, chamada de "o dia do defensor da pátria" (Den Zaschitnika Otetchestva).
Independente do seu lado comercial, é uma data para ser muito comemorada, nem que seja para dizer um simples "Obrigado Papai" !

Texto compilado das seguintes fontes
- O Guia dos Curiosos - Marcelo Duarte. Cia da Letras, S.P., 1995.Sites:http://www.pratofeito.com.br/pages.php?recid=2315http://www.virtual.epm.br/uati/corpo/dia_pais.htm

TEXTOS EDUCATIVOS SOBRE A IMAGINAÇÃO DAS CRIANÇAS.

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A imaginação das crianças
Blanca De Leríes
“Mamãe – diz Maria de quatro anos – a Branca de Neve diz que me vai levar ao bosque para conhecer os sete anões…”
- Está bem – diz a mãe aborrecida -, mas não digas essas parvoíces e não mintas mais.
É bom observar com a criança as mentiras que ela inventa. Para os miúdos, às vezes, o real anda de mãos dadas com o imaginário. Quando inventam, não mentem intencionalmente, apenas imaginam. Neste artigo sugere-se como lidar com esse pequeno sonhador e orientar a sua imaginação.
A criança costuma misturar o real com o imaginário. Não sabe onde termina um e começa o outro. Branca de Neve, Capuchinho Vermelho, a bruxa ou o dragão podem ser companheiros de jogos.
O trabalho dos pais e educadores deve ser o de orientar devidamente a imaginação do pequeno.
Há pessoas que pensam que o menino deveria descer à realidade em todos os momentos e que contar-lhe histórias de fadas é um absurdo.
Sonhar, faz falta
Qual será a atitude correta?
Em nossa opinião, a criança deve dar rédea solta à sua imaginação para criar e, através da criatividade, desenvolver a sua inteligência. Um miúdo sem imaginação será mais tarde um adulto intelectualmente pobre.
A criança precisa de sonhar com personagens de ficção. Gnomos, princesas, gigantes e fadas fazem parte do seu mundo mágico. São os protagonistas criados pela imaginação infantil, através de inumeráveis histórias.
Educar o filho longe das fantasias próprias da sua idade é convertê-lo num pequeno-homem antes do tempo. A criança distingue-se do adulto pela capacidade e também pela necessidade de abstração da realidade: pode falar com sereias, julgar que é um índio, vestir a bata de médico e operar o seu irmão mais pequeno e, logo a seguir, chamar a mamã para o levar à casa de banho. E tudo isto em menos de meia hora. Interpretou quatro histórias fantásticas, mas no fim converteu-se no filho da sua própria mãe…
Para se amadurecer bem, tem que se passar por algumas situações desde que se nasce até morrer, e a fantasia ocupa um lugar muito importante nos primeiros anos da vida.
Todas as crianças gostam de imaginar que são reais certas personagens, como o Super-homem ou os Reis Magos. A nós, adultos, fizeram-nos muito felizes. Nenhum menino pode ficar traumatizado por descobrir que não existem. Pelo contrário, a época do Natal, e outras, convertem-se em festas alegres para as crianças,
que põem a trabalhar toda a sua imaginação.
O melhor método
Uma criança sem imaginação será no futuro um adulto intelectualmente pobre.
Não se deve cruzar os braços e esperar que o filho, naturalmente, desenvolva a sua imaginação. A mãe natureza não é suficiente. Tem que haver um empenho em dar ao pequeno todas as
oportunidades possíveis para que imagine, crie e desenvolva o seu cérebro.
Como se consegue isso?
- Através de brincadeiras criativas com massinha, construções e barro. A criança manipula diretamente os materiais e faz árvores, casas, pontes, etc.
- O vídeo de forma controlada e seleção de programas é
um meio muito eficaz para estimular a imaginação.
- Os jogos com os objetos mais simples da casa. Procura-se fabricar brinquedos com caixas de sapatos, pedras, pedaços de madeira, miolo de pão, etc.
- Bonecos pequenos com os quais se podem inventar mil histórias.
- Tintas e muitas folhas brancas podem fazer do seu filho um pequeno Picasso.
- Os jogos de interpretação são muito divertidos; a mãe pode ser
a avozinha e os pequenos o lobo e o capuchinho vermelho.
- O contacto com a natureza é muito importante para o desenvolvimento da imaginação da criança. Aproveitar os fins de semana e ir para o campo com os filhos. Contar-lhes histórias de animais. Ensinar-lhes os nomes e como crescem as árvores e as plantas,
ou brincar com terra a construir cabanas…
- Os contos bem contados, ditos devagar,
oferecem à criança muitos recursos para sonhar e imaginar.
- O banho também pode ser divertido: à segunda com muita espuma, à terça com sais de cor, à quarta com todos os bonecos na água, à quinta com óculos de mergulhar…
O grau de imaginação que se desperta no filho depende da maneira como ele é educado.
Não reprimir constantemente a sua imaginação e evitar:
- Que um filho se converta em sujeito passivo das suas atividades:
colado à televisão ou observando como os outros jogam.
- Que se tenha que passar o dia inteiro a vesti-lo e a dar-lhe de comer…
É claro que tudo tem a sua idade e que os primeiros anos são aqueles em que é preciso acompanhar constantemente a criança, mas chegará o
momento em que ele tem que vestir as calças sozinho.
A atitude ideal é deixá-lo só, embora sob vigilância, para que aprenda a ter iniciativas.
- Não proteger demasiado o filho. Tem que cair, experimentar e conhecer. Se se meter numa redoma de vidro o seu cérebro nunca se desenvolverá.
A mãe deve aprender a ser positiva quando educa o filho.
- Animá-lo a participar ativamente nos jogos e a tomar as suas próprias iniciativas.
Não decidir sempre por ele.
Demonstrar alegria quando mostra alguma coisa feita por ele próprio
(de sonhos, bonecos coloridos, etc.).
- Tal como na educação, o exemplo é o mais importante:
tratar o filho com imaginação, para que ele nos imite.
Fazer planos divertidos e variados
- Romper a monotonia diária com alguma surpresa inesperada: uma pessoa amiga que vem a casa almoçar ou o pato com que sonhava há muito e
que o pai acabou por lhe comprar.
Pode haver motivos de preocupação?
Há crianças que estão convencidas de que são Robin Hood, Asterix ou a Gata Borralheira. Algumas são mesmo capazes de ter conversas diárias com toda a família Disney.
Os extremos não são bons. A criança tem que perceber que a imaginação tem limites determinados e não pode levar dias inteiros a imaginar que é o Peter Pan.
Se um filho não faz mais nada do que sonhar e andar o dia inteiro nas nuvens,
tal situação pode dever-se a algumas circunstâncias:
- Demasiada dureza em casa e castigos desmedidos.
- Pode ter problemas de timidez. Como lhe custa relacionar-se com crianças da sua idade, converte-se em Superman e desta forma sente-se seguro e forte.
- Muitas vezes ultrapassa os limites da imaginação para fugir a uma realidade familiar que lhe causa desgosto: discussões entre os pais, famílias separadas, ambientes de profunda tristeza…
- Notas más. Fracasso escolar. Sobretudo quando os pais reagem,
maltratando psicologicamente os filhos pelas suas más notas.
Mas em qualquer altura é tempo de corrigir um filho, se ele sonha mais do que o devido. O remédio é tratá-lo com muito amor e paciência em doses elevadas.
- Nada de começar aos gritos sempre que diga que acaba de falar com o anão saltarino. Ensiná-lo a separar a realidade da fantasia: “Se quiseres, vamos conquistar o castelo da feiticeira má, mas tens de acreditar que ele não existe na realidade”.
- Corrigir qualquer situação familiar negativa que possa influenciar a criança
(brigas, discussões…).
- Procurar ser sempre muito sincero quando o miúdo faz perguntas,
e adaptar as respostas à sua idade.
Verdade ou mentira
Por vezes castiga-se injustamente o filho e chama-se-lhe mentiroso, porque responde a uma pergunta de forma completamente disparatada: “João, guardaste o caderno? Não, o papá levou-o…”. Isto é pura invenção, porque ele nem sequer sabe da existência do tal caderno. A reação, infelizmente, é castigá-lo por não ter dito a verdade.
O que acontece é que ele tem um tal terror às reações da mãe, que inventa qualquer coisa para sair da dificuldade.
Pode ainda suceder que nem pense na pergunta e, sem má intenção, diz a primeira coisa que lhe vem à cabeça.
Outra hipótese é o João gostar de inventar respostas, sobretudo quando nota que enerva os pais. De qualquer forma, a reação dos pais não pode ser agressiva. Não gritar, nem chamar-lhe mentiroso. Isso será magoá-lo negativamente com um qualificativo que ele não merece e em que pode ficar a acreditar.
Quando se repara que o filho não disse a verdade, deve dialogar-se calmamente com ele, para que explique por que respondeu incorretamente.
Procurar verificar se a mentira tem alguma coisa a ver com a sua imaginação ou invenção.Quando a criança mente, oculta sempre qualquer coisa intencionalmente. Quando inventa ou imagina, não tem intenção de ocultar nada.
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3-6 anos: A idade da fantasia
Ricardo Regidor
Seu mundo é diferente do mundo dos adultos porque sua imaginação lhes oferece possibilidades muito mais criativas e inesperadas. Um simples boneco pode voar ou ainda se transformar em um bandido famoso.
O capitão Gancho pode entrar dentro de casa a qualquer momento, exibindo seu gancho reluzente e um sorriso "papameninos" na boca. Para as nossas crianças, um personagem de histórias infantis, uma fada ou a própria "Pocahontas" são tão reais como seus amiguinhos.
Estão na idade da fantasia, onde tudo se passa dentro de uma lógica diferente da nossa, e as próprias crianças, com uma simples capa, podem se transformar em super-heróis vingativos.
Entre os 3 e 6 anos, nossos filhos se encontram numa idade em que é muito fantasioso o modo como vêem as coisas e a própria realidade. Porque vêem o mundo que os rodeia em função de seus próprios interesses, isto é, daquilo que atrai a sua atenção e do que excita a sua imaginação... Seu mundo é diferente do mundo dos adultos porque sua imaginação lhes oferece possibilidades muito mais criativas e inesperadas. Um simples boneco pode voar ou ainda se transformar em um bandido famoso.
Nossos filhos estão em processo de crescimento, e disso faz parte o aumento da fantasia, da criatividade e da capacidade imaginativa... De tal forma que, às vezes, esse outro mundo chega a invadir a realidade. Uma fantasia especialPara os meninos e meninas nessa idade, essa maneira especial de ver o mundo se denomina "pensamento mágico". Acreditam que o impossível seja possível.
Por exemplo, enquanto pequeninos, estão convencidos de que todos os seus desejos vão se realizar, sendo simplesmente uma questão de querer.
Acreditam que, pelo fato de desejarem e repetirem muitas vezes, podem fazer aparecer, na tela, mais desenhos animados...
Sua fantasia continua misturada com a realidade. Por isso, deixando-se levar pela imaginação, tendem a exagerar qualquer acontecimento ao seu redor, tanto para o bem como para o mal. Além do mais, confundem o que desejariam que acontecesse com aquilo que pode acontecer, porque ainda não sabem distinguir entre o real e o fantástico. Simulação ou realidadeO processo de crescimento e maturidade não é nada fácil para uma criança. Pouco a pouco ela terá de se confrontar com o mundo, de se relacionar com os demais... Por tudo o que hão de passar, as crianças sentem necessidade de um mundo interior que lhes ofereça proteção e possa se transformar em um refúgio para elas. Quando a criança brinca de imaginar, ela se transforma na pessoa todo-poderosa que não é na realidade. Inventa e transforma... um pau, por exemplo, vira um cavalo de corrida. Isto porque a fantasia é, para ela, um modo de aprender. Com a imaginação, ela cria situações novas e se põe dentro delas, como num jogo de faz-de-conta. Esta é a maneira de viver uma grande variedade de experiências: poder se transformar em mamãe, em um professor, ou em um maestro. E não apenas transforma um objeto em outro, mas também é capaz de transformar-se a si mesma; pode mudar de identidade, de um momento para outro, passando da ficção à realidade quantas vezes achar necessário fazê-lo, além de buscar cúmplices que participem também deste jogo fantástico. Gênios e criativosÉ conveniente que as crianças usem essa capacidade de fantasia, que brinquem muito com ela, que inventem, pintem, usem disfarces, expressem-se etc. Provavelmente serão, no futuro, pessoas muito mais criativas. Mas precisamos também manter vigilância para intervir no momento oportuno, de modo a poderem separar seu pensamento racional de sua imaginação, e irem assimilando a realidade tal como é. O uso da fantasia apresenta muitas vantagens para a criança, além da função que cumpre, em seu desenvolvimento natural e em seu amadurecimento: - A fantasia favorece a criatividade, a imaginação e a sensibilidade. Nessa idade, a criança nos surpreenderá com seus argumentos e saídas curiosas, porque está naturalmente predisposta a isso. - A fantasia facilita a capacidade de se entreter e não se entediar. A criança é capaz de inventar mil modos de se divertir, sem necessidade de aparatos televisivos como videogames etc. - A fantasia favorece a inteligência, por se tratar de um exercício intelectual em todos os sentidos. Pais participativosNosso papel de pais deve consistir em ajudá-los a diferenciar a realidade daquilo que só existe na sua cabeça, algo fundamental para que possam ir amadurecendo. Mas a distinção entre estes dois mundos só deverá ser feita à medida que for necessário. Não precisamos ter muita pressa, pois não há mal nenhum em que, de vez em quando, as crianças se deixem levar pela sua portentosa imaginação. Mais importante que ajudá-las a pôr os pés no chão, recorrendo a argumentos "lógicos", é que possamos participar de suas brincadeiras fantasiosas, embora, como todos sabemos, não seja lá muito fácil brincar com os nossos filhos nessa idade. O que faz falta é tomar parte em sua fantasia e deliciar-se com um sorvete imaginário, servido em uma colher de 10 centímetros, ou agir como se fôssemos autênticos lobos, ou índios. Resumindo...Brincar com eles:- É preciso participar, e não apenas ser meros espectadores das brincadeiras de nossos filhos, para compartilhar com eles esse mundo mágico e fantasioso em que vivem. - Para brincar com eles, temos de nos colocar à sua altura, o que supõe deitarmos no chão, mais de uma vez, ou comprarmos de verdade a fruta de plástico que nos oferecerem.- O tempo deles, para brincar, deve ocupar um espaço fixo em nosso horário, transformando esses momentos em uma aventura intensa, durante a qual não haja lugar para a pressa.Em vez de dirigirmos suas brincadeiras, devemos ajudá-los a manifestarem sua liberdade e criatividade, permitindo que sejam eles os protagonistas. - Temos de entrar em seu mundo e nos deixar envolver por sua lógica e fantasia infantil, em vez de pretender que nosso filho abdique dele para acomodar-se à realidade dos mais velhos. Distinguir a realidade- Aproveite os momentos em que não estiver brincando, para falar com o seu menino, como se ele fosse um homenzinho, mas sem forçar a conversa. Quando ele mudar de assunto e começar a falar de monstros, entre nessa corrente. - Para que ele supere alguns medos causados por sua fantasia, cabe a nós darmos as razões disso. Se os leões o assustam, explicaremos que eles vivem na África, que em nossa casa é impossível entrarem, em vez de zombarmos dele. - Você pode ir explicando, pouco a pouco, com argumentos de acordo com a idade infantil dele, que nem tudo o que ele vê na televisão se adapta à realidade.- Podemos explicar-lhe o que é possível fazer para entrar em casa quando estamos sem as chaves. Primeiro há que propor soluções factíveis, reais, que possam ser executadas ("a titia tem uma cópia"). Depois é que o incentivaremos a usar a fantasia para saber como resolveria o problema ("se fosse o Superhomem entraria voando").
Por: Ricardo RegidorEdiciones Palabra
Tradução: M. C. Ferreira
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Observar os filhos para compreendê-los
Anna Maria Costa
É bom começar por dizer que "observar" os filhos não significa bisbilhotar", isto é, näo pode ser ocasião para violarmos a sua intimidade pessoal. Somos bisbilhoteiros quando queremos saber tudo, mas quase unicamente para satisfazer as nossas exi­gências e para tranqüilizar as nossas ansiedades.
O respeito à intimidade dos filhos é fundamental para estabelecer com eles um autêntico relacionamento de confiança. A tarefa de observá-los assume, portanto, uma feição inteiramente particular, porque se baseia na mais absoluta naturalidade e espontaneidade, o que torna necessária uma participação ativa na vida do filho: é uma observação destinada a captar e a incentivar tudo o que pode ajudá-lo a desenvolver-se como pessoa, com pleno respeito a sua liberdade.
Para consegui-lo, pode ser conveniente descer ao nível da criança, ver as coisas um pouco do ponto de vista dela; se soubermos fazê-lo, ficaremos admirados ao notar a enorme diferença que há entre o nosso mundo e o das crianças, e quanto o delas é rico, apesar das aparências. A observação e o conhecimento começam a partir do berço. Cada criança tem as suas exigências e é diferente de qualquer outra. Procuremos, portanto, respeitá-la e não impor-lhe de modo muito rígido os nossos horários. Seria mais oportuno que a mãe se adaptasse, por exemplo, aos horários de um bebê, e não ao contrário.
A observação deve, pois, tender a saber não só "como é a criança", mas sobretudo como nós somos com ela; muitos dos seus hábitos dependem exclusivamente de nós e têm a sua origem no modo habitual com que nós mesmos nos conduzimos. É fácil perceber que muitas das preferências do filho resultam dos hábitos de seus pais.
Por último, é necessário empenhar-se em observar os filhos no seu relacionamento com os pais e também com os da sua idade; no seu comportamento em casa e fora dela, de modo a conseguir uma imagem completa da sua personalidade.
a primeira infância, procuraremos portanto conhecer do nosso filho não só o seu tamanho, o peso, etc., mas também a sua capacidade e potencialidade de movimentos (o chamado desenvolvimento motor), perguntando-nos honestamente se somos pais que favorecem a educação física ou não. É penoso observar que há crianças já bem grandinhas que não agüentam um pequeno passeio porque "se cansam", "não estão acostumadas", e que não correm e não saltam porque "poderiam cair" e "machucar-se".
Saber observar o filho significa também vê-lo como ele é com os demais meninos, sem porém usar de indulgência nas comparações.
Fonte: extraído do livro "Conheça o seu filho", da Editora Quadrante. A autora, Anna Maria Costa, é psicóloga italiana.

Publicado no Portal da Família em 04/03/2008
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NORMAS EFETIVAS CONTRIBUEM PARA QUE SEU FILHO SE SINTA SEGURO
As normas a estabelecer dependerão de cada família. Antes de estabelecê-las convém que você observe detalhadamente a seu filho. Deve examinar seu comportamento fixando-se, não apenas naquilo que faz mal e gostaria de mudar, mas também naquelas coisas que ele faz bem. Isso pode lhe dar pistas para desenvolver nele o bom comportamento que deseja conseguir.
Na hora de ESTABELECER ALGUMAS NORMAS é importante que o pai e a mãe se sintam juntos e dediquem um tempo a colocar-se de acordo sobre tais normas. Ao fazê-lo deverão ter em conta uma série de recomendações:
As normas devem ser POUCAS: O mandar muito e mandar fazer coisas inecessárias acaba sendo uma perca de autoridade: nossos filhos se acostumam a escutar-nos "como quem ouve chover" e pensa que lhes damos ordens"apenas para aborrecer".
As ordens devem dar-se DE UMA EM UMA e suficientemente ESPAÇADAS NO TEMPO. Se você dá a seu filho uma série de ordens em cadeia, o mais provável é que a criança "passe" e faça como se não tivesse ouvido.
*SER SÓBRIOS NO EXERCÍCIO DA AUTORIDADE
Portanto há que limitar a exigência a poucas coisas. O filho deve saber que, nestas coisas, seus pais vão perseverar na exigência. Devemos reservar nossa autoridade para questões mais importantes e nas outras questões apenas sugerir.
As normas e ordens devem ser, além disso, CLARAS e ESPECÍFICAS de forma que a criança saiba exatamente o que se espera dela. Devem descrever-se de forma precisa para que tanto a criança como seus pais possam determinar claramente se se cumprem ou não.
*EXPLICAR-LHES BEM O QUE LHES PEDIMOS ANTES DE EXIGÍ-LO.
Se quando você sai de casa diz a seus filhos que, ao voltar, espera encontrar tudo arrumado, você não está lhe dando ordens claras. Se, pelo contrário, diz a João que deve fazer a cama, a Maria que deve arrumar a cozinha, e a Pedro que deve tirar o lixo antes das 12:00 hrs é mais provável que o cumpram.
Além disso, convém estabelecer um LIMITE DE TEMPO para seu cumprimento, já que, quando não se coloca, são freqüentes as discussões sobre quando se fará a tarefa ou se cumprirá a norma.
Se, por exemplo, decide que seus filhos deverão fazer as camas aos sábados e domingos e estabelece uma hora limite para que cumpram esta tarefa, evitará muitos aborrecimentos.
As ordens e as normas devem ser RAZOÁVEIS e adequadas à idade de seu filho: isto é, deve-se assegurar de que seu filho dispõe dos recursos necessários para cumpri-la e do tempo necessário para fazê-lo.
*EXIGIR NO QUE É RAZOÁVEL E JUSTO
As ordens e normas devem ser RAZOÁVEIS. Para que a obediência se converta em uma virtude, os pais devem explicar aos filhos as razões pelas quais lhes pedem algo. A partir dos 4 anos você deve insistir, portanto, em explicar-lhe o porque do que lhe pede.
Convém, também, que lhe fale sobre o que significa "obedecer". Deve deixar-lhe claro que todas as pessoas, independentemente de nossa idade, temos que obedecer: obedecemos no trabalho, na rua, dirigindo, etc. Obedecer não é coisa de criança e eles não são uma exceção. Devemos obedecer porque é bom para nós, nos ajuda a viver em sociedade, a ser mais livres e mais felizes. É melhor exigir POSITIVAMENTE: Muitos pais dizem continuamente a seus filhos o que não devem fazer mas não lhes dão dicas precisas sobre o que esperam deles. Não é o mesmo dizer a seu filho "Não perca tempo depois da aula" que "quando acabar a aula quero que venha direto para a casa". Se você utilizar palavras positivas estará ajudando seu filho a pensar e atuar positivamente. Assim saberá o que tem que fazer e não apenas o que deve fazer.
*AS PALAVRAS POSITIVAS PRODUZEM CRIANÇAS COMPETENTES
Deveremos procurar exigir NO MOMENTO OPORTUNO. Não resultará muito eficaz se você pede a seu filho que vá tomar banho na hora que está vendo seu programa favorito, ou que tire o lixo quando está fazendo seus deveres. Comece exigindo-lhe naquelas coisas que sejam mais gratificantes para a seguir passar a insistir nas quais mais lhe custam.
*REFORCE POSITIVAMENTE SEU FILHO QUANDO CUMPRE AS NORMAS
De fato, muitas crianças não aprendem a obedecer porque NÃO LHES MOTIVAMOS para que obedeçam. Freqüentemente, os pais nos esquecemos de reforçar-lhes quando se portam bem. Consideramos que portar-se bem é seu dever e que, portanto, não devemos reforçar tais comportamentos. Isto constitui um grave erro. Não devemos esquecer que, de acordo com as leis da aprendizagem:
*SE REFORÇAMOS UMA CONDUTA O FILHO A MANTERÁ , SE A IGNORAMOS O FILHO A EXTINGUIRÁ
Portanto, você deve procurar surpreender a seu filho fazendo bem as coisas e elogiar-lhe. Quando você lhe pede algo e ele o faz logo ao primeiro pedido, dê-lhe um abraço e diga-lhe que está contente. É a melhor maneira de fazer com que ele o repita.
Deve existir alguma CONSEQÜÊNCIA prevista se se rompe o cumprimento de uma norma e utilizar aquelas conseqüências que forem importantes para a criança.
*OS CASTIGOS PREVISTOS DEVEM SER TAMBÉM RAZOÁVEIS
As conseqüências do não cumprimento das normas devem ser consistentes: Em várias ocasiões, os pais não somos coerentes e, quando a criança faz algo, atuamos de forma contraditória. Por exemplo, se quando seu filho diz palavrões, algumas vezes você ri achando graça e em outras lhe castiga severamente, a criança não saberá diferenciar as situações e será difícil que aprenda a comportar-se de forma que interiorize as pautas de comportamentos que seus pais pretendem ensinar-lhe. Estas situações geram, além disso, desconcerto, e insegurança. Portanto, não se deve esquecer que, para que uma criança aprenda é necessário que uma conduta tenha sempre o mesmo tipo de consequências.
Tenha em conta que uma aplicação coerente da regra e um castigo suave são muito mais eficazes a longo prazo que a incoerência e os castigos severos. E lembre-se que OS CASTIGOS DEVEM CUMPRIR-SE. Não ameace, portanto, com castigos que não estamos dispostos a cumprir.
Seus filhos devem compreender que, quando livremente não cumprem uma norma, são eles próprios quem ganham o castigo. Os pais simplesmente vigiam o cumprimento das regras estabelecidas e sua conseqüências.
TERESA ARTOLA GONZÁLEZ é doutora em Psicologia pela Universidade Complutense de Madri e Master em Educação Familiar pelo E.I.E.S (Educational Institute of Educational Sciences). Desenvolve um amplo trabalho de pesquisa e docente no campo da Psicologia Infantil e é professora da Escola Universitária Europea da Educação de Fomento de centros de Ensino. É autora de diversas publicações em sua maior parte dedicadas aos problemas de aprendizagem, sua avaliação e tratamento.
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*Compreensão - O que os filhos esperam dos pais
Hugo de Azevedo
"Eu não compreendo este rapaz !", desabafam. Talvez não reparem que é uma confissão de incompetência paterna ou materna. E, contudo, como esperam os filhos que os pais os compreendam ! Se os pais não os entendem, quem os compreenderá ?
Os filhos esperam compreensão no sentido exato da palavra. Não apenas uma atitude de tolerância, ou de paciência. Desejam mesmo ser entendidos; que os pais adivinhem o que lhes passa por dentro, tendo em conta o seu temperamento, a sua idade, os seus sonhos... Esperam isso dos pais, porque normalmente eles próprios não se compreendem, e bem gostariam que alguém interpretasse corretamente a sua confusão interior. E quem, senão os pais em primeiro lugar ?
Precisam de compreensão, pois necessitam de amparo. A juventude é desequilíbrio, um tentar-não-cair constante.
Sobretudo a partir da adolescência, as ordens e sermões paternos já não lhes servem de grande auxílio. O moço sente-se responsável por si mesmo e faz tentativas crescentes de autonomia. Por meio de ordens e proibições, os pais já pouco os podem ajudar. Não digo que não as dêem, mas sim que a educação propriamente dita já não segue por esse caminho. É como quando os bebês começam a andar pelo seu pezinho; de vez em quando, ainda precisam de colo, mas rapidamente lhes apetece sair do regaço, voltam ao chão e correm perigosamente por aí afora... Os pais têm de correr atrás deles, com os braços abertos, para lhes evitar as quedas ou para os erguer depressa do chão, onde acabaram por tombar...
No os levam sempre pela mão, nem os meninos os consentem. Querem os braços livres como asas para se sustentarem na vertical. Como asas, para voarem longe.. É o que acontece de algum modo em todas as idades.
Os pais precisam dominar a inquietação que sentem por eles e deixá-los realmente livres como pássaros a sair do ninho, mas amparando-os; devem compreender os seus anseios, mas prontos a recebê-los outra vez nos braços quando for preciso.
No fundo, é tão fácil compreender as pessoas ! Somos todos da mesma massa, temos as mesmas aspirações e as mesmas fraquezas, mais ou menos acentuadas conforme os temperamentos. Mas só as compreendemos bem (paradoxos da vida !) quando nos lembramos de que são livres e de que, portanto, são todas diferentes, originais e surpreendentes, isto é, quando nos lembramos de que todas as pessoas são incompreensíveis !
Quando os pais exclamam: "Eu não compreendo este rapaz !", é porque o tinham classificado interiormente como um fóssil e se esqueceram de que se tratava de uma pessoa, de um ser livre, capaz de comportamentos contraditórios, como todos nós.
Os pais têm de contar com as qualidades e os defeitos habituais dos seus filhos, e simultaneamente têm de estar preparados para as mudanças mais radicais e súbitas de atitude. Devem esperar o inesperado.
Compreender significa, nesse caso, não se escandalizar com as mudanças rápidas dos filhos e reconhecer que não podem projetar com segurança o seu futuro. Significa compreender que eles, os filhos, são projetos vivos em evolução imprevisível. Aos pais só corresponde animá-los, avisá-los, orientá-los, respeitá-los, e não substituí-los. É assim que eles se sentem compreendidos.
Do livro O que os filhos esperam dos pais, Hugo de Azevedo, Quadrante, São Paulo
"Amigas leiam esse livro ele é incrível"
FRAN - miguelitoeducaçao

TEXTO PARA REUNIÃO DE PAIS E MESTRES


Texto para Reuniao de Pais

Girassóis e Miosótis
O girassol é flor raçuda,que enfrenta até a mais violenta intempérie acaba sobrevivendo.
Ela quer luz e espaço e em busca desses objetivos, seu corpo se contorce o dia inteiro.
O girassol aprendeu a viver com o sol e por isso é forte.
Já o miosótis é plantinha linda, mas que exige muito mais cuidado.
Gosta mais de estufa. O girassol se vira... e como se vira!
O miosótis quando se vira, vira errado. Precisa de atenção redobrada.
Há filhos girassóis e filhos miosótis.
Os primeiros resistem a qualquer crise: descobrem um jeito de viver bem, sem ajuda.
As mães chegam a reclamar da independência desses meninos e meninas, tal a sua capacidade de enfrentar problemas e sair-se bem.
Por outro lado, há filhos e filhas miosótis, que sempre precisam de atenção.
Todo cuidado é pouco diante deles.
Reagem desmesuradamente, melindram-se, são mais egoístas que os demais, ou às vezes, mais generosos e ao mesmo tempo tímidos, calados, encurralados.
Eles estão sempre precisando de cuidados.
O papel dos Pais é o mesmo do jardineiro que sabe das necessidades de cada flor, incentiva ou poda na hora certa.
De qualquer modo fique atento.
Não abandone demais os seus girassóis porque eles também precisam de carinho...
E não proteja demais os seus miosótis.
As rédeas permanecem com vocês... Mas também a tesoura e o regador.
Não negue, mas não dêem tudo que querem:
a falta e o excesso de cuidados matam a planta
TEXTO RETIRADO DO BLOG "JARDIM ENCANTADO DA TIA CARMINHA".