O que são os indicadores da qualidade da educação?


Uma metodologia que tem, como objetivo principal, mobilizar a comunidade escolar em torno de ações voltadas para a busca da educação de qualidade para todos. Os Indicadores permitem uma ampla avaliação da escola, identificando pontos fortes e fracos. Um conjunto de perguntas e respostas revela o que vai bem e o que precisa ser melhorado. (Para baixar o arquivo em PDF dos indicadores, basta clicar nas imagens ao final do post.).

A QUALIDADE DA NOSSA ESCOLA

É muito comum ouvir que o ensino público no Brasil é de má qualidade.Mas o que é qualidade? Será que uma escola considerada de qualidade cem anos atrás ainda hoje seria vista assim? Será que uma escola boa para a população que vive no interior da floresta amazônica também é boa para quem mora nos centros urbanos?Como todos vivemos num mesmo país e num mesmo tempo histórico, é provável que compartilhemos muitas noções gerais sobre o que é uma escola de qualidade. A maioria das pessoas certamente concorda com o fato de que uma escola boa é aquela em que os alunos aprendem coisas essenciais para sua vida, como ler e escrever, resolver problemas matemáticos, conviver com os colegas, respeitar regras, trabalhar em grupo.Quem pode definir bem esse conceito de qualidade na escola e ajudar nas orientações gerais sobre essa qualidade, de acordo com os contextos socioculturais locais, é a própria comunidade escolar. Não existe um padrão ou uma receita única para uma escola de qualidade. Qualidade é um conceito dinâmico, reconstruído constantemente. Cada escola tem autonomia para refletir, propor e agir na sua busca pela qualidade da educação.Os Indicadores da Qualidade na Educação foram criados para ajudar a comunidade escolar a avaliar e melhorar a qualidade da escola. Este é seu objetivo principal. Compreendendo seus pontos fortes e fracos, a escola tem condições de intervir para melhorar sua qualidade conforme seus próprios critérios e prioridades.Para tanto, identificamos sete elementos fundamentais – aqui nomeados como dimensões – que devem ser considerados pela escola na reflexão de sua qualidade. Para avaliar essas dimensões, foram criados alguns sinalizadores de qualidade de aspectos importantes da realidade escolar: os indicadores.

O que são indicadores?

Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo. Por exemplo, para saber se uma pessoa está doente, usamos vários indicadores: febre, dor, desânimo. Para saber se a economia do País vai bem, usamos como indicadores a inflação e a taxa de juros. A variação dos indicadores nos possibilita constatar mudanças (a febre que baixou significa que a pessoa está melhorando, a inflação mais baixa no último ano diz que a economia está melhorando). Aqui, os indicadores apresentam a qualidade da escola em relação a importantes elementos de sua realidade: as dimensões.
Com um bom conjunto de indicadores tem-se, de forma simples e acessível, um quadro de sinais que possibilitam identificar o que vai bem e o que vai mal na escola, de forma que todos tomem conhecimento e tenham condições de discutir e decidir as prioridades de ação para sua melhoria.Vale lembrar que esta luta é de responsabilidade de toda a comunidade: pais, mães, professores, diretores, alunos, funcionários, conselheiros tutelares, de educação, dos direitos da criança, organizações não-governamentais (ONGs), órgãos públicos e universidades, enfim, toda pessoa ou instituição que se relaciona com a escola e se mobiliza por sua qualidade. Educação é um assunto de interesse público. Por isso, pretendemos que a aplicação deste instrumental envolva todos esses atores, incluindo as crianças das séries iniciais do ensino fundamental.

Foco no Ensino Fundamental

Este material foi elaborado para ser usado por escolas de ensino fundamental. Entretanto, também pode ser usado por escolas de educação infantil, ensino médio e educação de jovens e adultos, desde que seja feita uma adequação dos indicadores e das perguntas conforme as necessidades específicas desses níveis de ensino.A decisão de compartilhar os resultados da avaliação é da comunidade escolarOs resultados da avaliação feita com base neste instrumento não passarão por nenhum tipo de análise nem serão divulgados compulsoriamente por órgãos oficiais. A decisão de utilizar os indicadores e de compartilhar os resultados da avaliação é da escola, e sua adesão a iniciativas coletivas é voluntária. Este instrumento tem como objetivo contribuir para que a comunidade escolar se engaje na luta pela melhoria da qualidade da escola. Nesse sentido, pode ser útil compartilhar a avaliação com a Secretaria de Educação local, colaborando para que o sistema educacional enfrente os problemas, que não são de responsabilidade apenas da escola.

COMO UTILIZAR OS INDICADORES DA QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

Não existe uma forma única para o uso dos Indicadores da Qualidade da Educação. Este é um instrumento flexível que pode ser usado de acordo com a criatividade e a experiência de cada escola. Contudo, apresentaremos algumas dicas, que podem ser adaptadas. Recomendamos que a escola constitua uma equipe para organizar o processo, planejar como será feita a mobilização da comunidade, providenciar os materiais necessários e preparar espaços para as reuniões dos grupos, a plenária final e também as atividades relativas ao planejamento. Leia o texto


DIMENSÃO 1: AMBIENTE EDUCATIVO
A escola é um espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Nela, os indivíduos se socializam, brincam e experimentam a convivência com a diversidade humana. No ambiente educativo, o respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, a negociação, o combate à discriminação e o exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem a socialização e a convivência, desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre todos.

DIMENSÃO 2: PRÁTICA PEDAGÓGICA E AVALIAÇÃO
Por meio de uma ação planejada e refletida do professor no dia-a-dia da sala de aula, a escola realiza seu maior objetivo: fazer com que os alunos aprendam e adquiram o desejo de aprender cada vez mais e com autonomia. Para atingir esse objetivo, é preciso focar a prática pedagógica no desenvolvimento dos alunos, o que significa observá-los de perto, conhecê-los, compreender suas diferenças, demonstrar interesse por eles, conhecer suas dificuldades e incentivar suas potencialidades.

DIMENSÃO 3: ENSINO E APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA (EF)
Como sabemos, ensinar os alunos a ler e escrever é uma das principais tarefas da escola. A leitura e a escrita são muito importantes para que as pessoas exerçam seus direitos, possam trabalhar e participar da sociedade com cidadania, se informar e aprender coisas novas ao longo de toda a vida.

DIMENSÃO 4: GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Algumas características da gestão escolar democrática são o compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo–benefício e a transparência (capacidade de deixar claro para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os financeiros).

DIMENSÃO 5: FORMAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO
Todos os profissionais da escola são importantes para a realização dos objetivos do projeto pedagógico. Os professores são responsáveis por aquilo que os especialistas chamam de transposição didática, ou seja, concretizar os princípios político-pedagógicos em ensino-aprendizagem. Cada um dos demais profissionais tem um papel fundamental no processo educativo, cujo resultado não depende apenas da sala de aula, mas também da vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola. Tamanha responsabilidade exige boas condições de trabalho, preparo e equilíbrio. Para tanto, é importante que se garanta formação continuada aos profissionais e também outras condições, tais como estabilidade do corpo docente, o que incide sobre a consolidação dos vínculos e dos processos de aprendizagem, uma adequada relação entre o número de professores e o número de alunos, salários condizentes com a importância do trabalho, etc.

DIMENSÃO 6: AMBIENTE FÍSICO ESCOLAR
Ambientes físicos escolares de qualidade são espaços educativos organizados, limpos, arejados, agradáveis, cuidados, com flores e árvores, móveis, equipamentos e materiais didáticos adequados à realidade da escola, com recursos que permitam a prestação de serviços de qualidade aos alunos, aos pais e à comunidade, além de boas condições de trabalho para professores, diretores e funcionários em geral.

DIMENSÃO 7: ACESSO E PERMANÊNCIA DOS ALUNOS
Um dos principais desafios atuais de nossas escolas é fazer com que crianças e adolescentes nela permaneçam e consigam concluir os níveis de ensino em idade adequada, e que jovens e adultos também tenham os seus direitos educativos atendidos. Será que sabemos quem são os alunos que, na nossa escola, apresentam maior dificuldade no processo de aprendizagem? Sabemos quem são aqueles que mais faltam na escola? Onde e como eles vivem? Quais são as suas dificuldades? E os que abandonaram ou se evadiram? Sabemos o motivo? O que estão fazendo?Estamos nos esforçando em trazê-los de volta para a escola? Temos tratado essa situação com o cuidado e o carinho que ela merece? Ao responder a essas e outras perguntas relativas a esta dimensão, a comunidade escolar poderá discutir formas de a escola oferecer boas oportunidades de aprendizagem a todos os cidadãos.


Fonte: http://www.educarede.org.br


Clique na imagem abaixo para baixar os indicadores em PDF:

Para refletir ... O SENTIDO DA VIDA


O objetivo da Vida...PROFESSOR ...


O objetivo da vida não é chegar em algum lugar – é observar que você está e sempre esteve lá.
Está e sempre estará no momento de pura criação. Portanto, o objetivo da vida é criar – quem e o que você é, e depois experimentar isso.

BOAS FESTAS!!!
Conversando com Deus - Neale Donald Walsch

20 qualidades do professor ideal.

20 qualidades do professor ideal
Ao listar características de bons professores, o Referencial para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente reconhece que nem todos podem ser avaliados por provas

O docente ideal:

1. Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.

2. Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos.

3. Conhece as didáticas das disciplinas.

4. Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.

5. Organiza os objetivos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nível de aprendizagem.

6. Seleciona recursos de aprendizagem de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.

7. Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.

8. Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.

9. Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.

10. Institui e mantém normas de convivência em sala.

11. Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.

12. Comunica-se efetivamente com os pais de alunos.

13. Aplica estratégias de ensino desafiantes.

14. Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.

15. Otimiza o tempo disponível para o ensino.

16. Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.

17. Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.

18. Trabalha em equipe.

19. Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.

20. Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.

FORMATURA INFANTIL 2010



Solenidade de formatura 2010
TEMA:NO MUNDO DA LEITURA SONHAR E IMAGINAR É SÓ COMEÇAR ...

Entra as duas crianças (casal destaque) com um livro gigante nas mãos conversando.

Menina- Gente hoje é o dia da nossa viagem!

Menino - Que viagem?

Menina- Lembra que encontramos esse livro mágico na sala do 1°ano?

Menino – Claro que lembro ele estava cheio de poeira e com muitas letrinhas embaralhadas.

Menina –Verdade e os amigos que lá encontramos?

Menino:Eu lembro de todos... Quer ver(colocar a mãozinha na testa como se estivesse pensando e sai de cena contando nos dedos).

Narradora:Boa noite a todos ,Vamos receber os formandos de 2010.
OBS:Os formandos serão conduzidos pelo casal destaque e só no final o casal é apresentado.É importante ressaltar que os formandos são mais importantes que o casal.
Apresentar cada criança narrando a filiação o sonho de cada criança,etc.

Narradora :Para nos conduzir durante esta noite e por esse mundo de encanto,leitura e imaginação recebemos o casal destaque
_______________________________________e____________________________________________

(Ao entrarem cumprimentam os convidados e começam a conversar)

Menino:Crianças com esse livro aprendemos a sonhar e a imaginar.

Menina:Verdade...foi tão difícil,tantos medos, tantas duvidas.

Menina:Quantas cobranças para seres tão pequenos e indefesos.

Narradora :Epâ crianças ! Nós tivemos um grande anjo da guarda nessa história. ”Pausa”

Vamos receber aquela que contribuiu para a realização desse momento tão esperado, a Educadora ___________________________________________________________________

Neste momento entra a Educadora “ao som da musica _________________.

As crianças se levantam e fazem uma homenagem.No final todos falam ‘OBRIGADA Tia _________________________________________________________________________________’.

Menino: Ela nos ensinou que quando a gente abre um livro somos capazes de viajar sem sair do lugar!O casal de meninos saem da festa e a menina comenta.

Menina - Uau! Ler é conhecer até o que não está ao nosso alcance.

Narradora: A criança é fonte de amor.
Amor a este chão, amor ao Brasil e para que este Brasil seja alegre,e verdadeiro, justo e uma nação poderosa faz-se necessário que saibamos semear nos corações das crianças essa semente especial que é o amor e do patriotismo.
E demonstrando o nosso amor pelo Brasil, convidamos _____________________________
para coreografar o Hino Nacional Brasileiro.
Música: Hino Nacional Brasileiro.
Narradora:Nessa viagem cada formando tem o seu papel e não existe formatura sem um orador,convidamos o(a)_________________________________________para em nome da sua turma nos presentear com sua mensagem.

MENSAGEM
O grande dia chegou e é hora de comemorar nossa primeira conquista. Agradecemos ao senhor por nos abençoar e pela contribuição que a familia Mafs teve conosco para chegarmos ate aqui,obrigada a mamãe e ao papai por todo amor e atenção ,que essa formatura seja uma das muitas que iremos trilhar durante a nossa vida,Obrigada.

Narradora:Apartir de agora tuda muda,essa viagem tem o seu caminho traçado e o futuro os espera ,para marcar esse momento os formandos irão apresentar a musica... .
Pé na Estrada

Narradora:Vamos continuar a viagem. O livro diz que a próxima parada é o juramento da turma com o(a)educando(a)__________________________________.

JURAMENTO
Prometo cumprir fielmente o regulamento do Ensino Fundamental, esforçando-me para ser a alegria do meus pais, honra do meu colégio e glória do meu país.

Narradora : Crianças o que vocês vão ser quando crescer

Menino e menina entram conversando

“Quando eu crescer eu quero ser...” As duas crianças responde em seguida juntam-se aos formandos para ouvir a narradora e iniciar a coreografia.

Narradora: Os formandos irão apresentar a coreografia "O que eu vou ser quando crescer".

Ao terminar a apresentação os formandos voltam aos seus lugares.

Ao terminar a apresentação os formandos voltam aos seus lugares.

A narradora faz um breve comentário sobre a apresentação em seguida dar início a leitura da mensagem abaixo.

Narradora :Nossas crianças não só aprenderam a decifrar os códigos da leitura, eles foram muito mais além, aprenderam a sonhar e a determinar o lugar onde querem chegar, sabendo que para isso é necessário produzir além do que já produziram ate aqui.
Formandos 2010, nós que fazemos parte da família MAFS desejamos que cada um de vocês, Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações. Por que bons alunos aprendem apenas a matemática numérica, alunos fascinantes vão além e aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática formandos, cada um de vocês só aprenderão a multiplicar quando aprenderem a dividir, só conseguirão ganhar quando aprenderem a perder, só conseguirão receber, quando aprenderem a se doar. Então se doe cada dia para a educação e sejam felizes.

Ao terminar a leitura da mensagem as crianças(casal destaque) se posicionam ao centro sentadas ao chão e viram a página do livro gigante.

Narradora
Nossas crianças acabam de virar mais uma página,vão agora para ainda mais longe.”Se faz uma pausa com um certo suspense”.

Menino - Já consigo ouvir o som do grande baile. ”Levanta-se e começa a bailar sozinho”.
Menina – Gente o baile vai começar.

Saem correndo de mãozinhas dadas e quando retornam dá-se início ao baile.

O som da valsa começa e o casal começa a bailar.

Ao terminar a valsa dos formandos é chegada a hora da valsa com os pais
Narrador : Convidamos esta noite para vir bailar “Chama a mãe ou o pai de cada forma

Narradora
É com imensa satisfação que iremos reconhecer a formatura de 2010,com a cerimônia de entrega de diplomas .
Convidamos aquela que mais colaborou com a realização desse sonho, a educadora ________________________________________________________________________________ e o casal destaque__________________________________________________________________

Finalização da solenidade da formatura

Narradora
Finalizamos a solenidade de formatura desejando aos formandos muito sucesso em suas vidas. Que a força do senhor Jesus que estar presente em todo o universo brilhe em vocês! A todos que fazem parte da Família MAFS um Feliz Natal, muita paz e esperança no novo ano que se inicia, sem medo de ser feliz!

CONVIDAMOS OS FORMANDOS DE 2010 PARA FINALIZAR ESSE MOMENTO COM UMA APRESENTAÇÃO

Música: Colocar um CD bem alegre. As crianças dançarão uma parte sozinha e na segunda estrofe pegarão seus pais nas mesas para participar.
CD – 03 Faixa 16 para as crianças e para os adultos CD – Faixa

AGRADECIMENTOS FINAIS
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

“O SENHOR É CONOSCO”.

PARA LER E REFLETIR ...




Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: uma turma de meninas de 12 anos, que usava batom, todos os dias removia o excesso beijando o espelho do banheiro.
O diretor andava bastante aborrecido porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia. Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom.
Chegou a chamar a atenção delas por quase 2 meses, e nada mudou, todos os dias acontecia a mesma coisa....
Um dia o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam.
Depois de uma hora falando,e elas com cara de deboche, o diretor pediu ao zelador "para demonstrar a dificuldade do trabalho".
O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!
"Há professores e há educadores" !!!!

Para os professores com carinho.



Os meus errinhos


Texto para nós, professores, refletirmos sobre os erros dos nossos alunos e de que forma, no nosso dia-a-dia, temos encarado as limitações e o nível de cada um dos nossos pequeninos!

Está bem, eu confesso que errei.
Eu errei, está bem, me dê zero!
Me dê bronca, castigo, conselho.
Mas eu tenho o direito de errar.

Só o que eu peço é que saibam
que eu necessito errar.
Se eu não errar vez por outra,
como é que eu vou aprender
como se faz pra acelerar?

Pais, professores, adultos
também já erraram à vontade,
já fizeram sujeira e borrão.
Ou vai dizer que a borracha
surgiu só nesta geração?

Vocês, que errando aprenderam,
ouçam o que eu tenho a falar:
se até hoje cometem seus erros,
só as crianças não podem errar?

Concordem, eu estou aprendendo.
Comparem meus erros com os seus.
Se já cometeram os seus erros,
deixem-me agora com os meus!

(Pedro Bandeira)

*** TELEFONE DE FÉ ***

Alguns anos atrás conheci esses texto que acho super interessante!
Por isso gostaria de convidá-la para participar de uma brincadeira!
Que tal divulgarmos esses telefones para as nossas colegas?
Então vamos lá!
Vc deverá escolher seus blogs preferidos e convidá-los para divulgar essa lista de Telefones de Fé
Convido então:

• "Cantinho Sonho Meu"
• "Festa das Cores"
• "SEMPRE HAVERÁ UM ARCO-ÍRIS...
• ***PROFESSORA ROSANGELA***
• **Cantinho da Li**
• *♥*A arte de ensinar e apre...
• .......CIRANDINHA ♥
• .•-.* Armário Lúdico da Pró...
• A cegonha cor-de-rosa
• A Janela do Saber
• A Santinha
• ADRIANA E SUAS ARTES
• alegria em servir
• ALFABETIZANDO COM FANTASIA
• ALGODÃO DOCE
• Amiga da Educação 2
• AMO A EDUCAÇÃO INFANTIL
• AMOR EM ENSINAR - Plantando...
• Amor á flor da pele
• Anotações
• Aprendendo a aprender - Inf...
• APRENDER
• APRENDER A APRENDER
• Aprender e Sonhar
• APRENDER EM CONSTRUÇÃO
• Artesanato da Cíntia
• ARTS SI
• Ateliê "Doce e Encanto"
• ATIVIDADES ESCOLARES
• Atividades Turma da Mônica
• Aulinhas Dominicais
• avental de história
• B I A R A T E S N O A M A...
• BALA DE GOMA
• Baú de Ideias
• Blog Alfabetização Favo de Mel
• Blog da Gi
• BLoG Da LeTíCiA
• Blog da professora Hilda He...
• Blog da Telminha
• Blogosfera Marli
• Borboleta Azul
• Brincadeiras para Educação ...
• Brincando e aprendendo
• By Rose Craveiro
• C.E.I. VIVER E APRENDER
• Caixinha de Descobertas
• Cantinho da Educação
• Cantinho da Tia Sil
• Cantinho das Atividades Esc...
• Cantinho de Aconchego
• Cantinho Educativo da Gi
• cantos encantos
• coordenadoras em foco
• DE tudo um pouco...
• Dedinhos Lambuzados !
• Diva´rtes
• Diálogo e Educação
• Doce Magia em Ensinar
• Donizete Motta
• Dribbs Artesanatos
• Edu-Débora Schnek
• Educanagib
• Educar Já!
• Educar para Transformar!!!!
• Educar é minha vida
• Educação Infantil - Profess...
• Educação Infantil: espaço p...
• Eliana PIPOCA CONTADORA DE...
• ENCONTRO COM A BÍBLIA
• Ensinador Cristao
• Ensinando com AMOR
• Ensinando e Aprendendo com ...
• Ensinar com sensibilidade
• Escola Bíblica e Culto Infa...
• Escolinha a Brincar
• Espaço de Pensamento
• Espaço Letra
• Espaço para meninas :*
• Essência da Pedagogia | For...
• Eu amo ensinar
• Falando da educação
• FAZENDO ARTE COM A TIA CL...
• Geane
• gillsantos.blogspot.com
• Ideias e Arte
• Jardim encantado
• Jurana artes em E.V.A
• Kantinho da Raquel
• LER E ESCREVER CERTO
• LINGUAGEM E AFINS
• LUAZINHA - ARTE EDUCAÇAO
• Magia de Ensinar
• Meu cantinho preferido
• Meu Castelo
• MEU JARDIM
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• Ministério Gospel Infantil
• MINISTÉRIO INFANTIL AD-PILA...
• Ministério Infantil Cordeir...
• Momento da Alfabetização
• Mundinho da Criança
• MUNDO ENCANTADO DA ÉVELYN
• noemi santos
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• O baú da Ritiiiiinha
• O Mundo da Alfabetização
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• PARAISO DO EDUCANDO
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• Portal da Criança e do Adol...
• PRISCILLA AMA ALFABETIZAR
• Professora Carinhosa
• Profª Joana
• PROJETO VIVER VIDA -
• Projetos com Arte
• Prô Plugada!
• Sala de Leitura CIEP 280
• Sapinho Colorido
• Socorro Cunha
• Sonhos de Uma Mulher
• SÓ POEMAS!
• Tecendo Histórias com Arte ...
• TIA ÁUREA
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• TrinnyArt's
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• Victor + Artes Infantis
• Z@N@ Vivendo a Vida
• ÁGAPE KIDS
• ღEDUCAFELIZ com a Profª Már...
• ••.•´¯`•.•• VIVER E EDUCAR ...
• ♥ Sorvete Colorê ♥

Telefones de Fé
1. Quando estiveres triste, ligue João 14
2. Quando pessoas faltarem com você, ligue Salmo 27
3. Se você quer ser produtivo, ligue João 15
4. Quando você tiver nervoso, ligue João 21
5. Quando você estiver preocupado, ligue Mateus 6, 19-34
6. Quando você estiver em perigo, ligue Salmo 91
7. Quando Deus parecer distante, ligue Salmo 139
8. Quando sua fé Divina precisar ser ativada, ligue Hebreus 11
9. Quando você estiver solitário e com medo, ligue Salmo 23
10. Quando você for áspero e critico, ligue I Coríntios 13
11. Para saber o segredo da felicidade de Paulo, ligue Colossenses 3,12-17
12. Para a idéia de Cristianismo , ligue I Coríntios 5,15-19
13. Quando você se sentir triste e sozinho , ligue Romanos 1,31-39
14. Quando você quiser paz e descanso, ligue Mateus 11,25-30
15. Quando o mundo parecer maior que Deus, ligue Salmo 90
16. Quando você quiser a garantia de Cristo, ligue Romanos 8,1-30
17. Quando você sair de casa, ligue Salmo 121
18. Quando suas orações forem estreitas ou egoístas, ligue Salmo 67
19. Para uma excelente oportunidade ou invenção, ligue Isaías 55
20. Quando você quiser coragem para fazer uma tarefa, ligue Josué I
21. Para ficar junto com o companheiro, ligue Romanos 12
22. Quando você pensar em investimento, ligue Marcos 10
23. Se seu livrinho de bolsa estiver cheio, ligue Salmo 37

BEIJOS... FRAN

Campanha Criança Esperança - Mobilização pelos direitos da infância e juventude brasileira



Campanha Criança Esperança
Mobilização pelos direitos da infância e juventude brasileira


Lançada em 1986, num programa especial dos Trapalhões, com 9 horas de duração, a Campanha Criança Esperança estimulou a sociedade a discutir sobre a situação das crianças e jovens brasileiros. Ao divulgar a Declaração Universal dos Direitos da Criança, a campanha contribuiu para a inclusão do artigo 227 na Constituição Federal de 1988, que garante os direitos das crianças brasileiras. Dois anos depois, este artigo deu origem ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Reconhecido pela ONU como modelo internacional, o Criança Esperança incentiva o debate sobre políticas públicas e transforma vidas. Durante dois meses, toda a programação da Rede Globo se une para apresentar temas relacionados à campanha, produzindo reportagens e quadros especiais, além de campanha específica, com o objetivo de prestar contas sobre a aplicação dos recursos arrecadados.

Em 2010, o Criança Esperança completa 25 anos. Até aqui, mais de 200 milhões de reais em doações foram investidos no Brasil em mais de 5 mil projetos sociais. Tais contribuições garantiram os direitos de mais de 4 milhões de crianças e adolescentes, ajudaram a reduzir a mortalidade e o trabalho infantil, a combater a exploração sexual de meninos e meninas e a preparar jovens de baixa renda para o mercado de trabalho.
A Campanha Criança Esperança é um projeto da Rede Globo em parceria com a UNESCO - Órgão das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Todo o dinheiro arrecadado pela campanha é depositado diretamente na conta da UNESCO que, desde 2004, é responsável pela seleção, acompanhamento técnico e financeiro dos projetos apoiados.

Dúvidas gerais
O que acontece depois que faço a minha doação?

O dinheiro de sua doação é depositado diretamente numa conta da UNESCO, exclusiva do Criança Esperança. Quando termina a campanha de doação, a UNESCO inicia o processo de seleção de projetos que receberão os recursos arrecadados. Para entender como é feita a Seleção de Projetos, acesse a área SELEÇÃO DE PROJETOS.

Onde o dinheiro da minha doação é aplicado?

Todo o dinheiro arrecadado é aplicado em projetos sociais brasileiros, selecionados pela UNESCO. A lista completa de projetos apoiados pelo Criança Esperança encontra-se no site, na área PROJETOS APOIADOS.

Todo o dinheiro arrecadado é aplicado em projetos do Criança Esperança?

Sim, todo o dinheiro arrecadado é depositado diretamente numa conta da UNESCO, exclusiva para o Criança Esperança e aplicado em projeto selecionados para receberem estes recursos. Para conferir a lista completa de projetos apoiados pelo Criança Esperança, acesse a área PROJETOS APOIADOS.

Como é feita a seleção de projetos?

Todo ano, a UNESCO abre inscrições para que as instituições enviem seus projetos e participem da seleção para receber recursos do Criança Esperança. Os projetos passam por uma avaliação, que levam em consideração vários aspectos como inovação, atuação em comunidades vulneráveis, capacidade de contribuir para a promoção do desenvolvimento da comunidade local, promoção ou estímulo ao fortalecimento da qualidade da educação formal, entre outros. A lista de projetos selecionados é divulgada neste site. Para saber mais sobre a seleção de projetos, acesse a área SELEÇÃO DE PROJETOS.

Como a UNESCO sabe quem precisa de ajuda?

As instituições encaminham suas propostas de projetos para avaliação da UNESCO, durante o período de seleção de projetos. No material encaminhado, há uma ampla explicação sobre o contexto em que a instituição atua.

Que projetos sociais são apoiados este ano?

Para conferir a lista completa de projetos apoiados, acesse a área PROJETOS APOIADOS.

O dinheiro que estou doando agora vai para os projetos que estão sendo apoiados este ano?

Não, os projetos apoiados em 2010 recebem os recursos arrecadados no ano anterior. Os recursos arrecadados em 2010 serão aplicados em projetos selecionados para execução em 2011.
A Campanha Criança Esperança liga para as pessoas solicitando doações?

Não, o Criança Esperança não liga para a casa das pessoas pedindo doações. É possível doar de duas formas: [1] durante o período de doação, que dura 30 dias, a Rede Globo divulga amplamente os números telefônicos para os quais é possível ligar para doar valores pré-fixados, de R$7, R$15 ou R$30. [2] Durante todo o ano, as pessoas podem também fazer suas doações pela internet, acessando no site a área COMO AJUDAR.

O Criança Esperança envia emails pedindo doações para a campanha?

Não. A campanha Criança Esperança não envia emails pedindo doações. Se receber um email deste tipo, descarte imediatamente.

Como faço doações corporativas?

Se você quer fazer uma doação através de sua empresa envie um e-mail para o Fale Conosco.

É um concurso em que bandas gravam versões da música do Criança Esperança 2010. A banda cadastra a sua versão no site da Batalha das Bandas e o público escolhe a melhor. A banda vencedora vai parar na tela da TV Globo.

O que é o Repositório de Sonhos?

O Criança esperança está fazendo 25 anos e está procurando quem fez parte dessa história. O repositório de Sonhos é um site que reúne as histórias de pessoas com o Criança esperança ao longo desses anos.

Não achou o que procurava?

Envie-nos a sua dúvida pelo Fale Conosco.

Doação por telefone
Por que não posso doar pelo telefone o ano inteiro?

Uma regulamentação da ANATEL, agência que regulamenta as telecomunicações no Brasil, limita a 30 dias o uso da plataforma telefônica para campanhas de doação. Para doar durante o ano todo, é possível fazê-lo pela internet, aqui no site, na área COMO AJUDAR.

Posso doar por telefone quantas vezes eu quiser?
Você pode doar uma vez para cada número de telefone da campanha. Caso tenha ligado mais de uma vez para o mesmo número de telefone, apenas uma doação será registrada.

Como sei que a minha doação foi realizada com sucesso?
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RECEITA DE ALFABETIZAÇÃO

RECEITA DE ALFABETIZAÇÃO
Ingredientes:1 criança de 6 anos
1 uniforme escolar
1 sala de aula decorada
1 cartilha
Preparo:Pegue a criança de 6 anos, limpe bem, lave e enxágüe com cuidado. Enfie a criança dentro do uniforme e coloque-a sentadinha na sala de aula (decorada com motivos infantis). Nas oito primeiras semanas, sirva como alimentação exercícios de prontidão. Na nona semana ponha a cartilha nas mãos da criança.Atenção: tome cuidado para que ela não se contamine com o contato de livros, jornais, revistas e outros materiais impressos.Abra bem a boca da criança e faça com que engula as vogais. Depois de digeridas as vogais, mande-a mastigar uma a uma as palavras da cartilha. Cada palavra deve ser mastigada no mínimo sessenta vezes. Se houver dificuldade para engolir, separe as palavras em pedacinhos.Mantenha a criança em banho-maria durante quatro meses, fazendo exercícios de cópia. Em seguida, faça com que a criança engula algumas frases inteiras. Mexa com cuidado para não embolar. Ao fim do oitavo mês, espete a criança com um palito, ou melhor, aplique uma prova de leitura e verifique se ela devolve pelo menos 70% das palavras e frases engolidas.Se isso acontecer: Considere a criança alfabetizada. Enrole-a num bonito papel de presente e despache-a para a série seguinte.Se isso não acontecer: Se a criança não devolver o que lhe foi dado para engolir, recomece a receita desde o início, isto é, volte aos exercícios de prontidão. Repita a receita quantas vezes for necessário. Se não der resultado, ao fim de três anos enrole a criança em um papel pardo coloque um rótulo:
“aluno renitente”
Alfabetização sem receita
Pegue uma criança de seis anos ou mais, no estado em que estiver, suja ou limpa, e coloque-a numa sala de aula onde existam muitas coisas escritas para olhar, manusear e examinar.Sirva jornais velhos, revistas, embalagens, anúncios publicitários, latas de óleo vazias, caixas de sabão, sacolas de supermercado, enfim tudo o que estiver entulhando os armários de sua casa ou escola e que tenha coisas escritas.Convide a criança para brincar e ler, adivinhando o que está escrito. Você vai descobrir que ela sabe muita coisa!Converse com a criança, troque idéias sobre quem são vocês e as coisas de que gostam ou não. Depois escreva no quadro algumas coisas que foram ditas e leia para ela.Peça à criança que olhe as coisas escritas que existem por aí, nas ruas, nas lojas, na televisão. Escreva algumas dessas coisas no quadro.Deixe a criança cortar letras, palavras e frases dos jornais velhos. Não esqueça de pedir para que ela limpe a sala depois, explicando que assim a escola fica limpa.Todos os dias leia em voz alta alguma coisa interessante: historinhas, poesia, notícia de jornal, anedota, letra de música, adivinhação, convite, mostre numa nota fiscal algo que você comprou, procure um nome na lista telefônica. Mostre também algumas coisas escritas que talvez a criança não conheça: dicionário, telegrama, carta, livro de receitas.Desafie a criança a pensar sobre a escrita e pense você também. Quando a criança estiver tentando escrever, deixe-a perguntar ou ajudar o colega. Aceite a escrita da criança. Não se apavore se a criança estiver “comendo” letras. Até hoje, não houve caso de “indigestão alfabética”.
Invente sua própria cartilha, selecione palavras e textos interessantes e que tenham que ver com a realidade da criança.
Use a capacidade de observação, sua experiência e sua imaginação para ensinar a ler.
Leia e estude sempre e muito.
(Adaptado de: CARVALHO, Marilene. Alfabetização sem receita e receita sem alfabetização. Centro de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação, Ano IV, jan/fev.1994)Fonte: http://djanira-magalhaes.blogspot.com/


PROFESSOR DO 3º MILÊNIO


Decálogo do bom professor

Apresento aos professores e futuros professores da educação escolar um decálogo contendo dez princípios para atividade docente de um bom professor do terceiro milênio, século marcado pela informação e pelo conhecimento tecnológico. O professor do século XXI é aquele que, além da competência, habilidade interpessoal, equilíbrio emocional, tem consciência de que mais importante do que o desenvolvimento cognitivo é o desenvolvimento humano e que o respeito às diferenças está acima de toda a pedagogia. A função do bom professor do século XXI não é apenas a de ensinar, mas de levar seus alunos ao reino da contemplação do saber. Eis, então, os dez passos na direção de uma pedagogia do desenvolvimento humano:


1.º-Aprimorar o educando como pessoa humana A nossa grande tarefa como professor ou educador não é a de instruir, mas a de educar o nosso aluno como pessoa humana, como pessoa que vai trabalhar no mundo tecnológico, mas povoado de sentimentos, dores, incertezas e inquietações humanas. A escola não se pode limitar a educar pelo conhecimento destituído da compreensão do homem real, de carne e osso, de corpo e alma. De nada adianta o conhecimento bem ministrado em sala de aula, se fora da escola o aluno se torna um homem brutalizado, desumano e patrocinador da barbárie. Educamos pela vida como perspectiva de favorecer a felicidade e a paz entre os homens.


2.º-Preparar o educando para o exercício da cidadania Uma dos pontos altos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é o reconhecimento da importância do ensino e aprendizagem de valorez vinvulados à cidadania na educação escolar. Para isso, assinala a LDB, uma “bíblia sagrada” do bom professor, que o fim último da educação é a formação da cidadania, incorpora nas finalidades da educação básica, princípios e valores fundamentais que dão um tratamento novo e transversal ao currículo escolar. Anterior à promulgação da LDB, sabe-se que, tradicionalmente, afora o trabalho das escolas confessionais ou religiosas, os valores vinham sendo ensinados, em sala de aula, de forma implícita, sem aparecer na proposta pedagógica da escola, configurando o que denominamos de parte do currículo oculto da escola. A partir da nova LDB, promulgada em particular com os Parâmetros Curriculares Nacionais, ficou explicitado para todas as instituições de ensino o reconhecimento da importância do ensino e a aprendizagem dos valores na educação escolar, e doutra sorte, o Conselho Nacional de Educação (CNE), ao estabelecer as diretrizes curriculares para a educação básica, deu um caráter normativo à inserção e integralização dos conteúdos da educação em valores nos currículos escolares. A idéia de que a educação em valores permeia os dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional pode ser observada à primeira leitura do artigo 2º, que, ao definir a educação como dever da família e do Estado, afirma que a mesma é inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Depreende-se da leitura do artigo 2º da LDB que a educação em valores dá sentido e é o fim da educação escolar já que, junto com aquisição de conhecimentos, competências e habilidades, faz-se necessário a formação de valores básicos para a vida e para a convivência, as bases para uma educação plena, que integra os cidadãos em uma sociedade plural e democrática. No seu artigo 3º, a LDB elenca, entre os princípios de ensino, vinculados diretamente a educação em valores, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber (inciso II), pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; (inciso III); IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância (inciso IV) e gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino (inciso VIII). O artigo 27 da LDB faz referência à educação em valores ao determina que os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes “a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e a ordem democrática” (inciso I). A educação em valores deve ser trabalhada na educação infantil, ensino fundamental e no ensino médio, etapas, conforme a nova estruturação da Educação Básica, prevista na LDB. No artigo 29, a LDB determina que a educação infantil, sendo a primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. É interessante assinala que a educação em valores se fundamental no respeito mútuo do desafio do professorado, do aluno e da família. Requer, pois, que as instituições de ensino utilizem o diálogo interativo, o envolvimento do professores, alunos e seus pais ou responsáveis. No que se refere ao Ensino Fundamental, a LDB aponta a educação em valores como principal objetivo desta etapa da educação básica, a formação do cidadão, mediante aquisição de conhecimentos através do desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como estratégias básicas o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo e de três competências relacionadas explicitamente com a educação em valores: a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade (inciso II); o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; (inciso III) e o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social (inciso IV). Para o Ensino Médio, a LDB, no seu artigo 35, aponta além do desenvolvimento cognitivo, que se caracteriza pela a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos (inciso I) e pela preparação básica do educando para o trabalho e a cidadania (inciso II) e explicitamente aponta o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; e mais ainda a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (inciso IV). A formação de valores vinculados à cidadania é a principal missão de uma escola verdadeiramente democrática e popular. A ética e a moral devem ser sistematicamente trabalhadas em sala para que o aluno, futuro cidadão, possa então, na vida em sociedade, saber conviver bem e em paz com o próximo. Se de um lado, primordialmente, devemos ter como grande finalidade do nosso magistério o ministério de fazer o bem às pessoas, fazer o bem é preparar nosso educando para o exercício exemplar e pleno da cidadania. Ser cidadão não começa quando os pais registram os seus filhos no cartório nem quando os filhos, aos 18 anos, tiram as suas carteira de identidade civil. A cidadania começa na escola, desde os primeiros anos da educação infantil e estende-se à educação superior, nas universidades; começa com o fim do medo de perguntar, de inquirir o professor, de cogitar outras possibilidades do fazer, enfim, quando o aluno aprende a fazer-fazer, a construir espaço de sua utopia e criar um clima de paz e bem-estar social, político e econômico no meio social.



3.º - Construir uma escola democrática A gestão democrática é a palavra de ordem na administração das escolas. Os educadores do no novo milênio devem ter na gestão democrática um princípio do qual não arredam pé nem abrem mão. Quanto mais a escola é democrática, mais transparente é. Quanto mais a escola é democrática, menos erra, tem mais acerto e possibilidade de atender com eqüidade as demandas sociais. Quanto mais exercitamos a gestão democrática nas escolas, mais os preparamos para a gestão da sociedade política e civil organizada. Aqui, pois, reside uma possibilidade concreta: chegar à universidade e concluir um curso de educação superior e estar preparado para tarefas de gestão no governo do Estado, nas prefeituras municipais e nos órgãos governamentais. Quem exercita a democracia em pequenas unidades escolares, constrói um espaço próprio e competente para assumir responsabilidades maiores na estrutura do Estado. Portanto, quem chega à universidade não deve nunca descartar a possibilidade de inserção no meio político e poder exercitar a melhor política do mundo, a democracia.


4.º - Qualificar o educando para progredir no mundo do trabalho Por mais que a escola qualifique os seus recursos humanos, por mais que adquira o melhor do mundo tecnológico, por mais que atualize suas ações pedagógicas, era sempre estará marcando passo frente às novas transformações cibernéticas, mas a escola, através dos seus professores, poderá qualificar o educando para aprender a progredir no mundo do trabalho, o que equivale a dizer oferecer instrumentos para dar respostas, não acabadas (porque a vida é um processo inacabado), às novas questões sociais, sem medo de perdas, sem medo de mudar, sem medo de se qualificar, sem medo do novo, principalmente o novo que vem nas novas ocupações e empregabilidade.


5.º - Fortalecer a solidariedade humana É papel da escola favorecer a solidariedade, mas não a solidariedade de ocasião, que nasce de uma catástrofe, mas do laço recíproco e quotidiano e de amor entre as pessoas. A solidariedade que cabe à escola ensinar é a solidariedade que não nasce apenas das perdas materiais, mas que chega como adesão às causas maiores da vida, principalmente às referentes à existência humana. Enfim, é na solidariedade que a escola pode desenvolver, no aluno-cidadão, o sentido da sua adesão às causas do ser e apego à vida de todos os seres vivos, aos interesses da coletividade e às responsabilidades de uma sociedade a todo instante transformada e desafiada pela modernidade.


6.º - Fortalecer a tolerância recíproca Um dos mais importantes princípios de quem ensina e trabalha com crianças, jovens e adultos é o da tolerância, sem o qual todo magistério perde o sentido de ministério, de adesão aos processos de formação do educando. A tolerância começa na aceitação, sem reserva, das diferenças humanas, expressas na cor, no cheiro, no falar e no jeito de ser de cada educando. Só a tolerância é capaz de fazer o educador admitir modos de pensar, de agir e de sentir que diferente dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou religiosos. O fortalecimento da tolerância recíproca só é possível quando, na escola, há respeito à liberdade e o apreço à tolerância, que são inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.O educando, no processo de formação escolar, tem necessidade de amar e compreender. Da mesma forma, o professor, no exercício de seu magistério, tem necessidade de ser amado e ser compreendido. Assim, a necessidade de amar do aluno e o desejo de ser amado do professor nunca andam separados, são a base de uma relação fraterna e recíproca entre professor e aluno. Uma criança quanto mais sente que é amada, mais disciplinada estará para receber a ministração das aulas. Onde não há reciprocidade, isto é, o amor do aluno para com o professor e do professor para com seu aluno, não assimilação ativa, não há a razão de ser da educação escolar: o desenvolvimento do educando como pessoa humana. A nova Lei de Diretrizes e Bases da da Educação Nacional (LDB), a Lei 9.394, promulgada em 1996, trouxe as bases do que venho denominando, nos meios acadêmicos, de Agapedia, a Pedagogia do Amor. É a LDB que nos oferece os dois mais importantes princípios da Pedagogia do Amor: o respeito à liberdade e o apreço à tolerância, que são inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Ambos têm por fim último o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania ativa e sua qualificação para as novas ocupações no mundo do trabalho. Na educação infantil, a Pedagogia do Amor torna possível o cumprimento do desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, na medida em que o processo didático complementa a ação da família e da comunidade. No ensino fundamental, a Pedagogia do Amor se dá em dois momentos: no primeiro, no desenvolvimento da capacidade de aprendizagem do educando, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores e, no segundo momento, no fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. No ensino médio, a Pedagogia do Amor se manifesta na medida que nós, professores e futuros professores, aprimoramos o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Na educação superior, há lugar também para a Pedagogia do Amor. Ela se manifesta no momento em que os professores estimulam o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular, os nacionais e regionais. É a Agapedia que leva os alunos à prestação de serviços especializados à comunidade e estabelece com esta uma relação de reciprocidade.


7.º - Zelar pela aprendizagem dos alunos Muitos de nós, professores, principalmente os do magistério da educação escolar, acreditam que o importante, em sala de aula, é o instruir bem, ou seja, ter domínio de conhecimento da matéria que ministra na aula. No entanto, o domínio de conhecimento não deve estar dissociado da capacidade de ensinar, de fazer aprender. De que adianta ter conhecimento e não saber, de forma autônoma e crítica, aplicar as informações? O conhecimento não se faz apenas com metalinguagem, com conceitos a, b ou c, mas sim, com didática, com pedagogia do desenvolvimento do ser humano, sua mediação fundamental. O zelo pela aprendizagem passa pela recuperação daqueles que têm dificuldades em assimilar informações, seja por limitações pessoais ou sociais. Daí a necessidade de uma educação dialógica, marcada pela troca de idéias e opiniões, de uma conversa colaborativa em que não se cogita o insucesso do aluno. Se o aluno fracassa, a escola também fracassou. A escola deve riscar do dicionário a palavra FRACASSO. Quando o aluno sofre com o insucesso, também fracassa o professor. A ordem, pois, é fazer sempre progredir, dedicar mais do que as horas oficialmente destinadas ao trabalho e reconhecer que o nosso magistério é missão, às vezes árdua, mas prazerosa, às vezes sem recompensa financeira condigna que merecemos, mas que pouco a pouco vamos construindo a consciência na sociedade, principalmente a política, de que a educação, se não é panacéia, é o caminho mais seguro para reverter as situações mais inquietantes e vexatórias da vida social. É preciso que a escola ensine aos educandos como se dão as coisas relativas ao conhecimento da linguagem, como se processa a informação lingüística. E isso serve não só para o ensino da língua materna como também para as demais disciplinas escolares. Um cálculo como 34 x 76 tem muito a ensinar além do resultado. Há o processo (as etapas de uma operação matemática) que deve ser visto como algo mais significativo no ensino e, por que não dizer, mais significativo, também, no momento da avaliação formativa. As crianças precisam aprender e apreender essas informações da linguagem, da leitura, da escrita e do cálculo, com clareza e de forma prazerosa, lúdica. Quem sabe, ensina. Quem ensina, deve saber os conteúdos a serem repassados para o aluno. A escola precisa levar as crianças ao reino da contemplação do conhecimento. Vale o inverso: a escola deve levar o reino do saber às crianças. Nas ruas, as crianças não aprenderão informações lingüísticas. Farão, claro, hipóteses, extraídas, quase sempre da fala espontânea. É nas escolas, com bons professores, que aprenderão que essas informações lhes darão habilidade para a leitura e para a vida fora da escola. Nos lares, a tarefa de reforço do que se aprender na escola se constitui um complemento importante, desde que os pais se sintam parte do processo. Aliás, a educação escolar, de qualidade, é um dever das instituições de ensino. Doutra, dever, também, compartilhado por familiares e co-responsabilidade dos que operam com os saberes sistemáticos, que envolve a sociedade


8.º- Colaborar na articulação da escola com a família O professor do novo milênio deve ter em mente que o profissional de ensino não é mais pedestal, dono da verdade, representante de todos os saberes, capaz de dar respostas para tudo. Articular-se com as famílias é a primeira missão dos docentes, inclusive para contornar situações desafiadoras em sala de aula. Quanto mais conhecemos a família dos nossos alunos, mais os compreendemos e os amamos. Uma criança amada é disciplinada. Os pais, são, portanto, coadjuvantes do processo ensino-aprendizagem, sem os quais a educação que damos fica incompleta, não vai adiante, não educa. A sala de aula não é sala-de-estar do nosso lar, mas nada impede que os pais possam ajudar nos desafios da pedagogia dos docentes nem inoportuno é que os professores se aproximem dos lares para conhecerem de perto a realidade dos alunos e possam, juntos, pais e professores, fazer a aliança de uma pedagogia de conhecimento mútuo, compartilhado e mais solidário.


9.º - Participar ativamente na proposta pedagógica da escola A proposta pedagógica não deve ser exclusividade dos diretores da escola. Cabe também ao professor participar do processo de elaboração da proposta pedagógica da escola, até mesmo para definir de forma clara os grandes objetivos da escola para os seus educandos. Um professor que não participa, se trumbica, se perde na solidão das suas aulas e não tem como se tornar participante de um processo maior, holístico e globalizado. O mundo globalizado para o professor começa por sentir parte ativa no terreno das decisões da escola, da sua organização administrativa e pedagógica.


10.º - Respeitar as diferenças Se, de um lado, devemos levantar a bandeira da tolerância, como um dos princípios do ensino, o respeito às diferenças conjuga-se com esse princípio, de modo a favorecer a unidade na diversidade, a semelhança na dissemelhança. Decerto, o respeito às diferenças de linguagem, às variedades lingüísticas e culturais é a grande tarefa dos educadores do novo milênio. O respeito às diferenças não tem sido uma prática no nosso quotidiano, mas, depois de cinco séculos de civilização tropical, descobrimos que a igualdade passa pelo respeito às diferenças ideológicas, às concepções plurais de vida, de pedagogia, às formas de agir e de ser feliz dos gêneros humanos. O educador deve, pois, ter a preocupação de se reeducar de forma contínua, uma vez que, a nossa sociedade ainda traz no seu tecido social as teorias da homogeneidade para as realizações humanas, teoria que, depois de 500 anos, conseguiu apenas reforçar as desigualdades sociais. A nossa missão, é dizer que podemos amar, viver e ser felizes com as diferenças, pois, nelas encontraremos as nossas semelhanças históricas e ancestrais: é, assim, a nossa forma de dizer ao mundo que as diferenças nunca diminuem, mas, somam valores e multiplicam os gestos de fraternidade e paz entre os homens. Pela manhã, o bom religioso abre o livro sagrado e reflete sobre o bem e o mal. Por uma feliz amanhã, o bom professor abre a LDB e aprende a conciliar o conhecimento e a humanidade.


Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. Contatos: vicente.martins@uol.com.br

PROFESSORA SIM,TIA NÃO.


Professora “tia”: um ato falho na escola


Por: Prof. Maurício Apolinário
Algumas escolas adotam e permitem o tratamento de professoras pelas crianças por “tias”, o que é um erro enorme, prejudica o desenvolvimento da maturidade dos alunos, cria um vínculo entre professora e aluno que não contribui em nada com o ensino-aprendizagem, além de fazer com que as educadoras percam a referência do nome e o seu valor como pessoa. Paulo Freire (1997) afirma que “a tarefa de ensinar” não deve transformar “a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco”. As professoras e professores em geral não têm nenhuma relação de parentesco com seus alunos, pois a sua tarefa na sala de aula é o ensino-aprendizagem. Professora não é parente de aluno, ainda que, em certas situações, o seja por consangüinidade. Dizer que acha importante este singelo nome como forma de aproximação com o aluno é uma mera ilusão. A aproximação entre professor e aluno é conquistada por meio do diálogo na sala de aula, do respeito um com o outro, do chamar pelo nome. Esse negócio de “tia” tem muito a ver com essa psicologia barata de ratos de laboratório que nada entende de Educação e vive se intrometendo na vida da escola. Não me refiro aqui aos psicólogos que atendem em seus consultórios e muito menos àqueles que trabalham como psicopedagogos nas escolas. Refiro-me, isto sim, aos teóricos que geralmente nunca pisaram em uma sala de aula e acreditam que entendem e palpitam sobre o relacionamento entre professores e alunos. Para Paulo Freire (1997), identificar professora com tia “foi e vem sendo ainda enfatizado, sobretudo na rede privada em todo o país, quase como proclamar que professoras, como boas tias, não devem brigar, não devem rebelar-se, não devem fazer greve”. Para completar, muitos pais possuem a mentalidade de que a escola é a responsável pela formação de seus filhos. É o velho ditado: “Sou eu quem paga o seu salário”. Segunda uma professora, respondendo a entrevista de uma pesquisa, “o aluno não é cliente, ele é a essência da escola, é humano e tem cidadania”. Segundo o educador francês Bernard Charlot (2003), “no Brasil, o saber deve ter efeitos emocionais para ter valor. O lado afetivo do saber é muito valorizado, por isso algumas professoras têm grande dificuldade em deixar de ser "tias". Na França, a escola é mais uma instituição. Lá a professora não é "tia". A escola realmente é uma instituição, e deveria ser encarada como tal em nosso país. Caso contrário, se os pais repassarem à escola a responsabilidade de educar seus filhos, substituindo sua tarefa diária em casa, os professores deixam de ser professores, conforme o desabafo de uma professora da rede estadual paulista, falando sobre o papel dos professores: “Não são formadores de opinião. São babás” (Revista Educação, 2007: 54). Professora “tia” é, portanto, um ato falho na escola. Nossos profissionais da Educação necessitam se posicionarem mais firmemente e se valorizarem diante dos governantes, da sociedade, dos alunos e até diante de si mesmos. Desde que sejam realmente professores.

Referências Bibliográficas: CHARLOT, Bernard. “Saber + prazer + tensão = escola”. São Paulo: Revista EducaRede, 2003. Disponível em: < id_especial="37">. Acesso em: 14 jun 2007. REVISTA EDUCAÇÃO. “Carta além dos muros”. São Paulo: Editora Segmento, 2007, nº 122. FREIRE, Paulo. “Professora sim, tia não”. São Paulo: Olho d’Água, 1997. SILVA, Messias Antônio da. “A ESCOLA SAGARANA: uma ruptura com a concepção da Qualidade Total, anteriormente implantada na Escola Estadual Padre Eustáquio?” Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do Título de MESTRE EM EDUCAÇÃO à Comissão Julgadora do MESTRADO EM EDUCAÇÃO, da PUC-Minas. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2002. *Prof. Maurício Apolinário é autor do livro "A arte da guerra para professores"