Perfil dos coordenadores pedagógicos.

Saiba quem são esses profissionais e o que pensam sobre a Educação brasileira
Autoria: Fundação Victor Civita

Edição Especial
Os caminhos da coordenação pedagógica e da formação de professores

Coordenador pedagógico vive crise de identidade
Cheio de atribuições dadas pela direção e por outros agentes, profissional deixa em segundo plano a formação docente



Legislação abrangente As leis de cinco secretarias estaduais reúnem 256 funções para o coordenador pedagógico


Substituir o professor que faltou, organizar e agendar os horários de uso da biblioteca, ajudar os funcionários da Secretaria na época da matrícula, controlar a entrada e a saída dos alunos e ainda conversar com os pais daquele garoto que vive brigando com os colegas. Várias demandas vão parar nas mãos dos coordenadores pedagógicos. O resultado é que, atolados em afazeres, muitos acabam não dando conta de sua função prioritária na escola: a formação contínua, em serviço, dos professores. A pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) sobre o tema detectou que 9% reconhecem não cumprir sua missão primordial. Já a maioria que diz exercer esse papel nem sempre o faz bem feito: 26% admitem ser insuficiente o tempo dedicado ao projeto político-pedagógico (PPP), cuja criação coletiva é atividade-chave no processo de formação docente. Dos 87% que apontam a gestão da aprendizagem como uma atividade sob sua responsabilidade, só 17% citam a observação do trabalho do professor em sala de aula - comprovadamente uma das principais estratégias formativas - como parte da sua rotina.

Por outro lado, metade declara atender diariamente telefonemas de todos os tipos, o que ocupa boa parte do expediente. E a atuação sem foco nem é uma questão de falta de experiência: em média, eles ocupam o posto há cerca de sete anos. Para começar, as leis contribuem para esse caos. "Estudando cinco normas estaduais, constatamos que em geral elas dão atribuições demais ao coordenador e poucas dizem respeito explicitamente à formação docente", conta Laurinda Ramalho de Almeida, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Além disso, as solicitações, a distância e ao vivo, chegam ao coordenador vindas de todos os lados: do diretor, que o considera seu braço direito não só para os assuntos pedagógicos mas também para os burocráticos e financeiros; dos professores, que costumam elegê-lo como o melhor porta-voz para tratar com a direção sobre todos os temas da categoria; dos pais, que não sabem direito qual é a função dele; e das Secretarias, que às vezes fazem convocações em excesso e o obrigam a mal parar em seu local de trabalho.

É mais uma prova de que falta a todos clareza sobre quais são as tarefas primordiais, secundárias e opcionais dos coordenadores pedagógicos. "Eles mesmos não sabem os limites de seu papel e, por isso, aceitam todas as demandas que lhe são dadas, fazendo coisas demais por não ter a compreensão de que são, antes de tudo, formadores", ressalta Ana Maria Falcão de Aragão, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A ausência de nitidez compõe o quadro de uma profissão que ainda está em construção. "O coordenador tenta formar sua identidade em serviço levando em conta o que as leis determinam como seus deveres e as demandas e imposições do dia a dia", afirma Laurinda. "Então, faz o que acredita pertencer ao seu âmbito de trabalho." Nem sempre acerta nas prioridades.

Os especialistas acreditam que algumas ações podem romper esse ciclo vicioso - tanto que uma parcela dos profissionais já achou meios de manter o foco em sua atribuição principal. Do lado da escola, Luzia Marino Orsolon, mestre em Psicologia da Educação e diretora do Colégio Assunção, em São Paulo, defende que os gestores precisam encarar o cotidiano da unidade como uma responsabilidade coletiva. Assim, tarefas que a coordenação acaba tomando para si podem ser passadas para outro profissional, sobrando mais tempo para o que é primordial. "Para as coisas funcionarem bem, deve existir um trabalho colaborativo, com o envolvimento de todos." O andamento fica ainda mais afinado quando há organização. Um exemplo é o atendimento de pais. "É função do coordenador recebê-los quando se trata de questões pedagógicas", observa Luzia. O ideal é que funcionários da secretaria sejam capacitados para fazer uma triagem dos telefonemas e dos pedidos de reunião. A escola também ganha ao estipular horários fixos para o atendimento às famílias.

Já as Secretarias podem se empenhar para melhorar as condições de trabalho nas unidades, tanto no que diz respeito à estrutura física como na composição de equipes, a fim de organizar e distribuir melhor as tarefas. "Alguns sistemas preveem a presença de um profissional responsável por questões administrativas e pelos processos burocráticos, criando uma divisão automática de atribuições", exemplifica Laurinda.

Para Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos Pela Educação, às Secretarias também cabe agir para aumentar a consciência geral, reconhecendo e enfatizando a importância do coordenador na gestão escolar. "Ele é o líder da aprendizagem, o responsável por obter bons resultados com o trabalho de formação dos professores, e cada unidade de ensino precisa ter ao menos um profissional", afirma. Ramos defende ainda ações de legitimação da função no país. "No Plano Nacional de Educação 2011-2020, a meta que se refere à profissionalização da gestão democrática nem cita o coordenador. Sem levar isso em consideração, corremos o risco de ele trabalhar de forma desarticulada dos objetivos da escola."

Por enquanto, perdidos no excesso de demandas e sem certezas quanto à sua identidade, 70% dos coordenadores classificam como "média" ou "regular" sua qualidade de vida e uma das principais queixas é a falta de tempo para a família. Ainda assim, eles se mostram satisfeitos em estar no cargo. Uma hipótese é que, por ser tão solicitado para tantas tarefas (por todos da comunidade) e sempre ter muito a fazer, esse profissional se sinta importante, o que lhe traz alguma sensação de realização pessoal. Talvez até imagine que a escola nem sobreviveria sem ele. Pode ser mais uma dificuldade a ser vencida na hora de tirar tarefas não formativas de suas mãos.

Coordenador pedagógico: o que fazer e o que não fazer
Veja quais atribuições o coordenador pedagógico precisa encarar como prioridade e quais ele não deve


O que fazer

Garantir a realização semanal do horário de trabalho pedagógico coletivo
78% afirmam reunir-se periodicamente com todos os professores, porém só isso não basta. É preciso ter tempo para planejar e tornar mais produtivos esses momentos.

Organizar encontros de docentes por área e por série
Só 27% declaram reunir os professores por disciplina, para tratar de conteúdos específicos, e 31% por ano, para conversar sobre as turmas.

Dar atendimento individual aos professores
Apenas 19% discutem com cada docente da equipe e sugerem novas estratégias de ensino, após observar as práticas pedagógicas em sala de aula.

Fornecer base teórica para nortear a reflexão sobre as práticas
Não mais de 31% apontam o preparo dos docentes como um dos principais problemas da coordenação pedagógica.

Conhecer o desempenho da escola em avaliações externas
47% dos entrevistados citaram um número que está fora da escala do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), embora a maioria afirme saber o resultado da escola. Mais do que ter o número, é essencial usá-lo para guiar o planejamento em equipe.

O que não fazer

Conferir se as classes estão organizadas e limpas antes das aulas
55% dos coordenadores realizam essa tarefa e 90% a avaliam como adequada à sua função, que pode ser delegada a um funcionário de serviços gerais.

Fiscalizar a entrada e a saída de alunos
72% dos entrevistados têm essa atividade na rotina e 91% a consideram apropriada, mas o controle deve ser responsabilidade de um funcionário treinado para a função.

Visitar empresas do entorno para fechar parcerias
54% gostariam de ter mais tempo para isso, mas o papel de relações-públicas é do diretor.

Substituir professores que faltam
19% dos entrevistados fazem isso uma ou algumas vezes por semana. Sua função, porém, é ajudar a direção a montar, com os docentes, um banco de atividades e uma lista de substitutos para resolver esse tipo de emergência.

Cuidar de questões administrativas, financeiras e burocracias em geral
22% acreditam que isso é seu papel, embora os especialistas garantam que a parceria com o diretor deve se restringir aos assuntos pedagógicos.


Coordenador pedagógico também precisa de formação
Além de aumentar a oferta de formação continuada para os coordenadores pedagógicos, deve-se investir na qualidade dos conteúdos



***Características do bom coordenador Segundo quem está na função, para desempenhar bem seu papel, o que é necessário ter?***

Eles parecem não ter muita consciência disso, mas o quadro é de falta de preparo para o exercício da função. Metade dos entrevistados na pesquisa com coordenadores pedagógicos acredita que o ensino superior garantiu capacitação para o desempenho desse papel e 67% declaram já ter feito cursos de 40 horas ou mais oferecidos a quem ocupa esse posto. Isso, porém, não significa que eles estejam habilitados a cumprir suas tarefas. "Não existem programas que capacitem esse profissional a ser o formador de professores, o articulador do projeto político-pedagógico e o transformador da escola", afirma Vera Trevisan de Souza, docente pesquisadora do programa de pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e integrante do grupo de pesquisa Processos de Constituição do Sujeito em Práticas Educativas. "Além disso, na maioria das redes, essa é uma função para a qual um professor experiente é deslocado, e não um cargo concursado, que exige um conjunto de competências."

A pergunta que fica é: afinal, por que falta capacitação se esse é o primeiro pré-requisito citado pelos próprios coordenadores para ter um bom desempenho profissional (veja o gráfico acima)? Ocorre que nem o curso de graduação (em geral, Pedagogia) nem a experiência docente (que a maioria tem) garantem um bom preparo. E, depois da estreia na função, quase não há oferta de formação. Para 64% dos pesquisados, a Secretaria de Educação deveria se responsabilizar por seu aperfeiçoamento, apesar de apenas 38% dizerem que esse cenário é a realidade. "É comum as Secretarias convocarem para as mesmas oficinas oferecidas aos docentes", diz Eliane Gorgueira Bruno, doutora em Psicologia da Educação, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC).

A formação em serviço não pode se limitar a cursos esporádicos. Ela só fica completa quando há a orientação presencial constante de um supervisor e permite a troca de experiência com os pares. Cybele Amado, coordenadora do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), responsável pela formação dos gestores escolares de 24 municípios da Chapada Diamantina, na Bahia, defende que o ideal é que, além de firmar parcerias com universidades e organizações não governamentais, as Secretarias de Educação tenham supervisores técnicos e cada um cuide de um grupo de coordenadores. Esse é um modo eficiente de identificar necessidades de conhecimento específicas e combiná-las aos saberes essenciais a todos que estão na função. Confira aqui dez conteúdos indispensáveis à formação desse profissional.


10 conteúdos indispensáveis à formação do coordenador pedagógico

Além de aumentar a oferta de formação continuada para os coordenadores pedagógicos, deve-se investir na qualidade dos conteúdos.

1 Identidade profissional
Para acertar o foco, ele precisa entender sua função na escola. Eliane Bruno lembra de um programa de formação da qual participou em que, por sua importância, um semestre era dedicado ao tema: "Induzíamos a uma reflexão sobre as atribuições do coordenador usando leituras de experiências práticas e promovendo um diálogo com a teoria." Para ela, a troca de experiência entre os pares nos encontros ajudou a atingir a meta.

2 Concepção de formação
Se essa é a essência do trabalho da coordenação pedagógica, quem a exerce tem de ter consciência de que não basta encaminhar os docentes para cursos da Secretaria ou repassar programas prontos. O trabalho do dia a dia deve incluir o monitoramento constante das práticas em sala de aula. "A melhor forma de disseminar a ideia é debatê-la em encontros periódicos com profissionais da rede", diz Cybele.

3 Relações interpessoais
Para ser articulador e formador, ele deve saber se relacionar bem. Só assim conseguirá observar a aula sem parecer um fiscal intrometido, apresentar críticas sem despertar raiva e integrar um professor novato. Para desenvolver a habilidade, é possível usar diferentes linguagens, como filmes e literatura, para aguçar a percepção e as capacidades de observação e de escuta. Pode-se recorrer à memória, induzindo cada um a lembrar vivências da sua trajetória e compartilhá-las com os colegas.

4 Liderança e condução de grupo
O líder pedagógico tem de ter competência para conduzir a equipe em reuniões de trabalho, conquistando a adesão de pessoas. Quem pensa não ter essa habilidade pode aprender. Há diferentes estilos de liderança e conhecê-los é a forma de buscar identificação com um e adotá-lo. E vale incluir na formação do coordenador o estudo de teorias e técnicas sobre o funcionamento de grupos - para saber, por exemplo, como alguém de personalidade marcante influencia os demais.

5 Planejamento
Elaborar uma pauta produtiva para os horários de trabalho coletivo e para reuniões setorizadas, orientar os professores a planejar as aulas, o semestre e o ano e criar estratégias para melhorar o trabalho em sala de aula. O coordenador aprenderá tudo isso se contar com uma orientação técnica contínua, que funcione nos moldes de uma tutoria. No dia a dia, o supervisor pode fornecer conhecimentos gerais sobre planejamento e apresentar bons modelos.

6 Estratégias de avaliação
Para ajudar os docentes a aprimorar o trabalho, o coordenador precisa saber observá-los em aula, analisando o conhecimento do conteúdo, a forma como ele é ensinado e as interações. A supervisão em serviço, como uma tutoria, é a melhor forma de fornecer parâmetros para ele criar suas ferramentas de acompanhamento.

7 Instrumentos metodológicos
Alguns documentos são essenciais para o líder da equipe docente. Explicar quais são eles e como guardá-los é indispensável quando se deseja um coordenador competente. Os planejamentos dos docentes, por exemplo, dão pistas sobre as necessidades de ensino que precisam ser supridas e devem ser arquivados, assim como o portfólio de cada turma, com relatos, fotos, produções dos alunos, registro de dúvidas e notas sobre avanços, que ajuda a avaliar a evolução de uma classe. Tudo isso pode ser arquivado por data ou tema. A Secretaria de Educação pode organizar seminários sobre o tema, mas é fundamental que os supervisores técnicos detectem as deficiências particulares no uso dessas ferramentas.

8 Conhecimentos didáticos
Só conhecendo as peculiaridades das diferentes fases de desenvolvimento da criança e do adolescente e a forma como se aprende em cada uma delas o coordenador é capaz de avaliar se os métodos usados em sala de aula são apropriados. Ele precisa ainda ter clareza sobre os mecanismos de assimilação dos adultos, pois conduz os docentes em um processo dinâmico, no qual eles ensinam e aprendem ao mesmo tempo. Seminários temáticos aumentam a bagagem teórica na área. Mas é a orientação contínua que permite identificar falhas e corrigi-las.

9 Tematização da prática
Consiste na reflexão, à luz de teorias, sobre boas práticas em sala de aula - em geral, gravadas em vídeo. O objetivo é que o docente aprenda vendo modelos, pensando sobre eles e discutindo-os. Cabe ao coordenador fornecer a base teórica e indicar como aquele exemplo pode ser usado em sala. Para evitar constrangimentos, recomenda-se que o coordenador comece a implantar a estratégia usando gravações feitas fora da escola para só depois fazê-las com um docente da equipe com uma atividade anteriormente planejada em grupo. As instruções gerais podem ser fornecidas em um workshop com os profissionais de toda a rede, mas cada coordenador precisará de uma supervisão individualizada para implantar a estratégia formativa em sua rotina.

10 Troca de experiências
Se um professor fez um projeto de sucesso, outros docentes devem conhecer o trabalho. Portanto, o coordenador precisa saber documentar, sistematizar e compartilhar experiências. Isso pode ser feito na escola, com a criação de um arquivo de boas práticas aberto a consultas, ou na internet, com a organização de uma rede colaborativa, da qual docentes de outras escolas podem participar. De novo, poderá aprender a fazer isso com uma orientação individualizada.


**TENDÊNCIAS** Secretarias apostam em centros de formação para coordenadores pedagógicos
Centros concentram prática de atualização profissional sem deixar de lado os horários de trabalho coletivo na escola



Um local para ser usado por professores, diretores e coordenadores pedagógicos que querem investir na busca de conhecimento para melhor exercer seus papéis. Essa é uma tendência observada em outros países e que chega ao Brasil: algumas Secretarias de Educação estão investindo na implantação de centros de formação para os profissionais de suas redes. "Uma das vantagens de concentrar os encontros formativos e cursos em um mesmo lugar é a possibilidade de promover, de forma sistemática, a troca de experiências entre diferentes escolas e a disseminação de boas práticas e teorias", diz Cleide do Amaral Terzi, assessora pedagógica e consultora educacional.

A tendência também foi detectada pela pesquisa Formação Continuada de Professores no Brasil, que aponta a intenção das Secretarias consultadas em ter uma sede própria de capacitação. Para Helena Costa Lopes de Freitas, coordenadora de Formação de Professores da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), a escola permanece sendo o espaço de formação continuada por excelência, e ao centro cabe o papel de disseminar e dar organicidade às políticas públicas de capacitação em serviço.

Mato Grosso é um dos estados que apostam nessa ideia desde 1997. Lá já existem 15 Centros de Formação dos Profissionais da Educação (Cefapros). Além de um prédio em Cuiabá, há unidades em Barra do Garças, Alta Floresta e outras cidades-polo, que atualmente atendem cerca de 30 mil docentes de 724 escolas estaduais. Além disso, a Secretaria de Educação oferece auxílio técnico para as secretarias municipais a fim de que essas, por sua vez, promovam a formação de seus coordenadores pedagógicos.

***Vera Placco fala sobre a relação entre o coordenador pedagógico e o diretor
A pesquisadora afirma que a experiência e o tipo de relação com o diretor contribuem para a eficiência do trabalho do coordenador***

Para que a escola tenha um trabalho eficiente de formação continuada dos docentes e de articulação do projeto político-pedagógico (PPP), qual é a quantidade ideal de professores que um coordenador pedagógico deve orientar? VERA PLACCO Um grande número de coordenadores não garante maior efetividade, mas uma quantidade insuficiente compromete a consolidação do PPP. É preciso haver certa proporcionalidade entre a quantidade de coordenadores pedagógicos e a de professores, mas não existe um número ideal, pois a eficiência da formação depende de vários itens. Um, muito importante, é a complexidade da escola. Se uma unidade tem apenas Educação Infantil, o formador consegue lidar com 25 docentes e dar conta de seu trabalho sem atropelos. Porém pode ser complicado planejar a capacitação dessa mesma quantidade de professores se uma escola oferece as duas etapas do Ensino Fundamental, o Ensino Médio e ainda, como ocorre em muitas delas, Educação de Jovens e Adultos (EJA). Isso porque há solicitações muito diferentes de cada segmento para lidar no dia a dia.

Quais variáveis deveriam entrar nesse cálculo? VERA Levar em conta a experiência do coordenador é fundamental quando se faz essa análise, pois se o profissional for iniciante na função e não tiver prática nem habilidade para estabelecer relações de parceria, é impossível deixar 40 professores sob sua orientação. Por outro lado, se for alguém com algum tempo no cargo, poder de liderança e comprovadamente reconhecido pela equipe, dará conta com facilidade de um grupo da mesma proporção. Influencia até o tipo de relação que há com o diretor: quanto mais próxima e focada nos problemas pedagógicos, mais estrutura ele terá para exercer seu papel.

Quando o número de coordenadores é insuficiente, quais as consequências para a escola? VERA O primeiro a sentir a sobrecarga é o coordenador. Se ele tinha uma boa parceria com o diretor e, sem tempo, as reuniões entre eles foram ficando escassas, o trabalho passa a ser menos eficiente e pode haver a necessidade de mais gente na função. O próprio ambiente da escola muda, pois a falta de orientação efetiva e de planejamento leva a um clima de desorganização. Os prejuízos recaem no trabalho pedagógico e, consequentemente, na aprendizagem dos alunos.

Há quem defenda que o ideal é ter um coordenador pedagógico para cada segmento, para atender às especificidades. Qual a sua opinião? VERA Acho interessante quando se pensa que todas as discussões passam a ocorrer dentro de um só contexto e de demandas específicas. Quem atua em apenas um ciclo certamente consegue aproveitar melhor as reuniões, pois o trabalho com grupos menores de professores permite o aprofundamento das discussões. Mas, quando há mais de um coordenador por unidade, é preciso pensar em como fazer a articulação entre eles. Já o profissional que trabalha com mais de um segmento tem uma visão ampla da coerência e do processo de consolidação do PPP, o que o auxilia a promover a integração dos docentes e do currículo de toda a escola. Não há uma resposta simples.

Há diferenças entre atuar na coordenação da Educação Infantil, da primeira e da segunda etapa do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e de EJA? VERA Há uma parte comum a todos: ajudar os professores em suas dificuldades. Isso inclui acompanhar as aulas, reunir-se com eles para discutir a dinâmica de classe, os métodos de ensino, a relação com os alunos e os motivos da não-aprendizagem. É claro que o coordenador de Educação Infantil terá demandas específicas. Nesse segmento e nos primeiros anos do Ensino Fundamental, a questão da alfabetização se impõe e muitos professores não dominam ou não se sentem seguros em relação a certos conteúdos. Então, o coordenador terá de saber qual ajuda oferecer. Nesse caso, é normal que ele opte por fazer o mesmo curso de alfabetização oferecido pela Secretaria aos docentes. Não para ser um multiplicador na escola, mas para obter conhecimento e poder fornecer uma orientação mais pontual. Isso ocorre em todos os segmentos. No Ensino Médio, porém, é comum o professor achar que domina sua disciplina e, por isso, não precisa de ajuda. O auxílio virá exatamente daquilo que o coordenador pode oferecer: os conhecimentos didáticos que contribuirão para ele ensinar de modo mais efetivo.

É necessário que a escola tenha um coordenador para cada uma das áreas de conhecimento? VERA A vantagem desse modelo é permitir maior fluência entre as séries em cada disciplina e a articulação dos professores, que conseguem avançar em relação aos conhecimentos sobre o objeto de ensino. Em escolas menores, o coordenador proporciona isso por meio de reuniões com os docentes da mesma área. Já as escolas maiores comportam os formadores especializados. Contudo, seria necessário prever uma coordenação geral para fazer a articulação entre eles. É isso que garante a implementação do PPP.


PESQUISA RETIRADA DA REVISTA GESTÃO ESCOLAR "NOVA ESCOLA" EDIÇÃO ESPECIAL.

Colônia de Férias 2011 - Atividades Recreativas





Variação da atividade - Corrida de caixa de sapato


Esta brincadeira também pode ser feita com caixas de sapatos, colocando uma caixa na frente da outra e pisando dentro delas até a linha de chegada. Continuação da Brincadeira: Depois da competição, espalhe folhas de jornal, revistas e caixas de sapato em um círculo limitado. A quantidade de bases (jornal, revistas ou caixas) deverá equivaler ao mesmo número de alunos. Cada aluno deve pisar sobre uma das bases. Apite para iniciar a brincadeira. Ao som do apito, eles devem ir trocando de posições com os amigos, mas sempre pisando na base do mesmo material. Ao som do apito, eles devem mudar de material, mas para isso, terão que negociar com o amigo que está na base ao lado para poder trocar. Conforme as crianças forem aprendendo a brincadeira, retire uma das bases, deixando de fora quem sobrar. Ganham os três que ficarem por último.




OBJETIVOS:
•Reconhecimento do próprio corpo, dos movimentos e dos objetos;
•Desenvolvimento das habilidades básicas motoras gerais de locomoção, sua exploração e uso;
•Controle dos objetos carregados, equilíbrio para que não caiam da bandeja, deslocar-se com destreza progressiva no espaço, correr, pular os obstáculos e manter o equilíbrio.
•Exploração de movimentos e ritmo de deslocamento sem deixar cair nenhum objeto;
•Atenção, concentração, velocidade, resistência e flexibilidade corporal e emocional;
•Desenvolvimento da atitude de confiança nas próprias capacidades motoras.




OBJETIVOS:
•Habilidades de coordenação motora básica;
•Atenção, equilíbrio, concentração, domínio dos objetos;
•Capacidade física-lateralidade;
•Uso das habilidades motoras básicas de locomoção e não locomoção (sua exploração e uso);
•Noções de habilidades espaço-temporal;
•Desenvolvimento das capacidades físicas: força, resistência, velocidade e coordenação;
•Desenvolve a percepção, exploração dos movimentos, experimentação e orientação no espaço com objetos.




OBJETIVOS:
•Desenvolvimento pessoal;
•Domínio do próprio corpo;
•Equilíbrio;
•Educação do movimento;
•Reconhecimento da capacidade e possibilidade individual.




OBJETIVOS:


•Controle do próprio corpo;

•Desenvolvimento da coordenação motora;
•Domínio dos objetos;
•Equilíbrio;
•Combinação de habilidades, como: arremessar com a devida força, recuperar o objeto, dosar a altura do arremesso;
•Percepção visual;
•Atenção;
•desenvolvimento de ações individuais e com o amigo.

Brincadeiras para todos!!!!
Habilidades trabalhadas: coordenação motora equilíbrio, esquema e expressão corporal, velocidade e atenção.

Objetivos para crianças de 0 a 3 anos:

* Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo;

* Trabalhar a expressão corporal com gestos, mímicas, ritmos diferenciados, utilizando o corpo como meio de comunicação e expressão nas brincadeiras e demais situações de interação.

Objetivos para crianças de 4 a 6 anos:

* Explorar diferentes características do movimento, como força, velocidade, flexibilidade, conhecendo gradativamente os limites e potencialidades do corpo.

* Realizar movimentos de preensão, encaixe e lançamento para ampliar as possibilidades de manuseio de diferentes materiais e objetos.
(RCN's, Conhecimento de Mundo, 1998, v3, p.27)


ATIVIDADES:

1-) MÚSICA E O CORPO - Peça às crianças para realizarem movimentos nos quais possam reconhecer e identificar as partes do corpo em si e nos colegas. Use músicas infantis que falem das partes corporais. O selo Palavra Cantada tem algumas opções.

2-) SOU EU MESMO - Deite as crianças sobre um papel Kraft grande e contorne a sua silhueta. Depois, peça para desenharem o rosto e as roupas. Você pode pedir para o amiguinho desenhar o outro e depois trocarem.

3-) GUARDA ROUPA - Este é um importante exercício para as crianças exercitarem a percepção de esquema corporal. ** junte várias roupas velhas; ** explique às crianças que elas terão que se vestir sozinhas. Invente uma dinâmica para esta atividade, como por exemplo, quem se vestir primeiro e corretamente ganhará um ponto.

4-) BARALHO GIGANTE COM BONECOS - Essa é uma atividade bem conhecida, mas que deve ser realizada durante todo o ano. Desenhe figuras de pessoas em diferentes posições corporais ou recorte-as de revistas. Mostre-as às crianças e peça que reproduzam com o corpo esta posição.
Dica: vá, aos poucos, dificultando a atividade com a escolha de posições mais complicadas.

5-) EXERCÍCIOS EM PROGRESSÃO - Esta é uma atividade simples e objetiva, que desenvolve a coordenação motora, o equilibrio e a velocidade. Realize pequenas corridas na quadra alternado a velocidade. Comece dizendo que vão se deslocar como uma tartaruga (bem devagar) e vá aumentando a velocidade. Atenção! Com os mais novos, tome mais cuidado: corra perto deles, utilize distâncias curtas e sem nenhum obstáculo. Para os mais velhos, já é possível propor corridas com curvas, parando e continuando etc.

6-) PREENSÃO MANUAL - Trabalhe com objetos, como pegador de macarrão de plástico, prendedores de roupas etc. Primeiramente, as crianças os manuseiam trabalhando a preensão e, depois, transportam pequenos objetos de um lugar a outro com o pegador ou prendedor (tem que pegar e soltar o objeto no local solicitado).

7-) LANÇAMENTOS- Desenhe com giz círculos pequenos, médios e grandes no chão. Distribua aos alunos tampinhas de refrigerantes ou objetos similares para que tentem acertar os círculos.

Atividades retiradas do encarte do Guia Prático - Educação Infantil - atividades elaboradas por Ana Mello, professora e psicomotricista.

São atividades fáceis, que não requerem nenhum tipo de material difícil de adquirir e que todas nós podemos trabalhar com as crianças. Tenho outras atividades assim e logo vou postar aqui para vocês colocarem em prática, Tchau!!!! Zélia.